Foi a maior festa conhecida da história, organizada pelo auto proclamado “Rei dos Reis” para celebrar os 2500 anos da monarquia persa. Deixou um país depauperado, que nunca recuperou…
Em Outubro de 1971, Mohammed Reza Pahlavi, Xá do Irão, organizou uma enorme festa em Persépolis, a antiga capital do Império Persa, abrindo caminho para a queda do regime e dando início a uma era de revoluções islâmicas.
O dinheiro não era obstáculo, um aeroporto internacional e 80 quilómetros de autoestrada foram construídos para chegar ao local do evento, nas antigas ruínas de Persépolis. Uma luxuosa cidade de tendas foi erguida com 37 quilómetros de seda, num oásis especialmente construído para o efeito com uma floresta, flores, fontes e 50 mil pássaros canoros importados da Europa. O famoso restaurante Maxim’s de Paris fechou portas durante duas semanas para preparar as refeições e foram contratados empregados de mesa do luxuoso Badrutt’s Palace Hotel, de St. Moritz, para servir os distintos convidados. Aviões militares iranianos transportaram de Paris 150 toneladas de utensílios de cozinha e 18 toneladas de comida. Um banquete, acompanhado com os mais raros vinhos, foi servido a reis, rainhas, xeiques e presidentes do mundo inteiro.
Para um evento que pretendia celebrar o Irão e a sua história tudo, excepto o caviar, foi trazido de França. Durante cinco dias, os convidados foram presenteados com o desfile de soldados vestidos com antigos trajes persas e a inauguração da Torre Azadi, originalmente “memorial dos reis”, em honra do Xá. Para Reza Pahlavi, era muito mais de que uma grande festa, era a confirmação da sua glória e a conquista do reconhecimento internacional do Irão como uma das principais nações do mundo. Mas o evento, mais do que qualquer outro acontecimento, endureceu a oposição liderada pelo aiatolá Khomeini e marcou a rutura entre o Xá e o povo do Irão.