Portugal e a cidade de Lisboa preparam-se para receber um dos maiores eventos de sempre realizados neste país, o Eurovision Song Contest. Com os ensaios, as semifinais e a Grande Final a decorrer na Altice Arena, a energia contagiante da Eurovisão ultrapassa o Parque das Nações e estende-se a outros locais na cidade de Lisboa com o Eurovision Village no Terreiro do Paço de 4 a 12 de maio, que vai estar de portas abertas das 10h00 às 00h00. A entrada é gratuita mas sujeita à capacidade do recinto.
O objetivo é envolver a população da cidade e os turistas criando uma programação paralela à do Festival da Eurovisão, com a criação de um espaço de entretenimento no centro histórico da capital portuguesa. O Eurovision Village é programado e gerido em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa.
A Orquestra Metropolitana de Lisboa atua no Eurovision Village a 9 de maio, apresentando ali um programa dedicado a grandes nomes e obras da história da música europeia. Este concerto assinala também os 68 anos da assinatura da Declaração Schuman, que representa um primeiro passo na construção do que mais tarde seria a União Europeia.
Orquestra Metropolitana de Lisboa
Coro Voces Caelestes
M.-A. Charpentier Prelúdio do Te Deum, H. 146
W. A. Mozart Concerto para Piano N.º 21, KV 467
L. v. Beethoven 4.º andamento da Sinfonia N.º 9, Op. 125, Coral
Solistas Ana Paula Russo (soprano), Cátia Moreso (mezzo-soprano), Marco Alves dos Santos (tenor), André Henriques (Barítono), Inês Costa (piano)
Maestro Pedro Amaral
Orquestra Metropolitana de Lisboa
A Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) mantém uma programação regular desde 1992, pelo que comemora, em 2017, 25 anos de vida. Os seus músicos asseguram uma intensa atividade que se distingue pela qualidade e pela versatilidade, o que permite abordar repertórios diversos, criar novos públicos e afirmar o caráter inovador do projeto AMEC | Metropolitana, do qual esta orquestra é a face mais visível.
Desde início, a OML afirmou-se como uma referência incontornável do panorama orquestral nacional. Apesar de estar sedeada em Lisboa, apresenta anualmente uma temporada com quase duas centenas de atuações que estendem a sua ação a 12 dos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, com programações regulares junto de várias autarquias e deslocações frequentes a cidades de todo o país. Com espírito de participação cívica, a OML apresenta-se frequentemente em eventos públicos relevantes, tais como o festival Dias da Música que acontece todos os anos no Centro Cultural de Belém. Nos programas sinfónicos, jovens intérpretes da Academia Nacional Superior de Orquestra juntam-se à sua constituição base, a qual já integra, em si mesma, vários músicos formados nesta escola. Manifesta-se deste modo a importância que a Metropolitana confia na ponte entre a prática e o ensino da música. Este desígnio, que distingue a sua identidade, é exemplo único no contexto musical português e raro no panorama internacional.
A OML tem gravados mais de uma dezena de CD – um dos quais disco de platina – para diferentes editoras, incluindo a EMI Classics, a Naxos e a RCA Classics. Ao longo do seu historial, colaborou com inúmeros maestros e solistas de grande reputação nos planos nacional e internacional, de que são exemplos os maestros Pablo Heras-Casado, Christopher Hogwood, Theodor Guschlbauer, Michael Zilm, Emilio Pomàrico, Nicholas Kraemer, Leonardo García Alarcón, Hans-Christoph Rademann, Victor Yampolsky, Joana Carneiro, Pedro Amaral e Pedro Neves, ou os solistas Monserrat Caballé, Kiri Te Kanawa, José Cura, José Carreras, Felicity Lott, Elisabete Matos, Leon Fleisher, Maria João Pires, Artur Pizarro, Sequeira Costa, António Rosado, Jorge Moyano, Natalia Gutman, Gerardo Ribeiro, Anabela Chaves, António Menezes, Enrico Onofri, Sol Gabetta, Michel Portal, Marlis Petersen, Dietrich Henschel e Mark Padmore, entre outros.
A Direção Artística da OML é, desde julho de 2013, assegurada pelo maestro e compositor Pedro Amaral.
Pedro Amaral – maestro
Nascido em Lisboa (1972), Pedro Amaral, compositor e maestro, é um dos músicos europeus mais ativos da nova geração. Inicia os estudos em composição como aluno privado de Lopes-Graça, a partir de 1986, ao mesmo tempo que prossegue a sua formação musical geral, no Instituto Gregoriano (1989/91). Ingressa depois na Escola Superior de Música de Lisboa onde conclui o curso de composição na classe do professor Christopher Bochmann, em 1994. Instala-se em Paris, onde estuda com Emmanuel Nunes no Conservatório Nacional Superior (CNSM), graduando-se com o Primeiro Prémio em Composição por unanimidade do júri. Estuda ainda direção de orquestra com Peter Eötvös (Eötvös Institute, 2000) e Emilio Pomàrico (Scuola Civica de Milão, 2001).
Paralelamente à sua formação musical prática, prossegue os estudos universitários na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, obtendo em 1998 o Mestrado em Musicologia Contemporânea com uma tese sobre Gruppen de K. Stockhausen – com quem trabalha como assistente em diferentes projetos – e, em 2003, o Doutoramento com uma tese sobre Momente e a problemática da forma na música serial.
Em maio de 2010, estreou em Londres a ópera O sonho, a partir de um drama inacabado de Fernando Pessoa. Unanimemente aplaudida pela crítica, a obra foi interpretada por um prestigioso elenco de cantores portugueses acompanhados pela London Sinfonietta sob a direção do compositor, tendo sido apresentada em Londres e Lisboa. Em 2017 completou a sua segunda ópera, intitulada Beaumarchais e estreada no Teatro Nacional D. Maria II numa coprodução com a Orquestra Gulbenkian.
Como compositor e/ou maestro, Pedro Amaral trabalha regularmente com diferentes ensembles e orquestras, nacionais e estrangeiros. Foi maestro titular da Orquestra do Conservatório Nacional (2008/09) e do Sond’Ar-Te Electric Ensemble (2007/10). É Professor Auxiliar da Universidade de Évora desde o ano letivo de 2007/2008, e Membro da Academia de Belas Artes desde 2017.
Desde julho de 2013, Pedro Amaral é diretor artístico da AMEC / Metropolitana.
Tópicos: Eurovision Village