Por que te candidataste à Academia RTP?
Não é óbvio? A possibilidade de aprender temas relacionados com TV ou cinema com profissionais da área, alguns deles nomes sonantes, ouvir experiências que não se aprendem nas universidades, já é mais do que suficiente para me querer candidatar, tudo o resto seriam bónus, não fossem esses bónus possibilitarem a criação de conteúdos ou estágios em produções, na RTP que dispensa apresentações ou elogios.
Quais são os teus objectivos para a Academia RTP 4.0?
Os meus objectivos para a academia RTP é sobretudo adquirir novas ideias sobre escrita criativa, de forma a poder evoluir enquanto criador de conteúdos. Esse é o meu principal objectivo, a par de conseguir atingir um nível de trabalho que interesse a RTP, que me possibilite vir a estagiar/produzir ou trabalhar com o canal. Também pretendo criar uma rede de conhecimentos com outras pessoas, que não estudaram ou trabalharam com as mesmas pessoas que trabalhei até agora, ou seja alargar a minha lista de contactos.
Que expectativas tens para a  Academia RTP 4.0?
A expectativa que tenho com a Academia RTP 4.0 não é puramente didático, procuro também conseguir produzir conteúdo para a televisão ou conseguir ficar num estágio da RTP.
Qual a tua área preferencial?
Escrita Criativa
Numa era digital, cada vez mais interactiva, a criação de novos conteúdos passa por onde? 
Não creio que a existência dos novos media forcem a criação de conteúdos totalmente novos, isto é, não me parece que os formatos antigos devam ser abandonados em detrimento de novos formatos, até porque o que se verifica é o sucesso de conteúdos em novos meios que não tiveram nos antigos, devido à sua limitação da grelha televisiva. Netflix, Filmin, ou outro qualquer VOD demonstram que os formatos antigos continuam e continuarão a ser fortes e atrair público. A novidade dos media é a disponibilidade dos conteúdos, a qualquer hora, dia ou local. As redes sociais também trazem vantagens em termos de divulgação ou mesmo de distribuição, como o caso do Youtube, em que qualquer pessoa pode disponibilizar os seus conteúdos e serem visualizados em quase todo o mundo. A era digital é propícia a criação de novos conteúdos mais relacionados com video-jogos, onde se coloca os fins narrativos ao dispor do espectador, isto é o espectador tem um papel activo no que está a ver e não o anterior papel passivo que tinha até agora. Na minha opinião, esta é uma área ainda por explorar, embora a RTP já tenha feito alguns testes como com o “Diário de Sofia” ou o programa interactivo “Hugo”. Estes tipos de conteúdos e os conteúdos transmédia (exemplos da Marvel onde a narrativa da BD não é a mesma que nos filmes, video-jogos ou merchandising) são o futuro, a par dos dos formatos já existentes, claro.
Quais são as tuas referências literárias, cinematográficas e dramatúrgicas? (livros, autores, filmes, etc., que foram marcantes para ti)
Os Maias são para mim a grande referência literária, embora tenha sempre presente as narrativas de Saramago, Kafka, Calvino ou Borges são as grandes referências. Não é fácil limitar estas escolhas, incluiria na lista J.K. Rowling por motivos óbvios, para a minha geração ou o Homem Aranha de Stan Lee. As referências cinematográficas são mais vastas, Sergio Leone, Francis Ford Coppola, Martin Scorcese, Woody Allen, Eisenstein, F.W. Murnau, Terrence Malick, Steven Spielberg, Danny Boyle, Ingmar Bergman, Fellini, Irmãos Coen Filmes: Taxi Driver, Raging Bull, Godfather 1 e 2, Saving Private Ryan, Big Lebowsky, 8 e 1/2, Cartas de Iwo Jima, Tabu de Miguel Gomes, Aurora, City Lights, Once Upon a Time in the West, Sétimo Selo, Breathless, Ladrão de Biciclete, Superbad, Grand Budapest Hotel, Full Metal Jacket, Deer Hunter, Antichrist… TV: Breaking Bad, Odisseia do Bruno Nogueira, Sopranos, family guy, Arrested Development, The Office (US), Louis, Seinfeld, Fargo.
Que livro (s) estás a ler neste momento? Que série (s) andas a ver? Que filmes ou peças de teatro tens muita vontade de ver brevemente?
Estrangeiro de Albert Camus Tv – Suits, Arrested Development (rever), Family guy, Son of Zorn, Fargo, Game of thrones
Se fosses uma palavra, qual serias?
Insatisfeito
O que é para ti a criatividade? (vá, não nos dês uma seca! Sê criativo)
Criatividade é esquecer-se de um pacote de batatas fritas aberto e depois reaproveitá-las enquanto puré. Não sei, a criatividade não tem necessariamente algo artístico. Quando se produz algo, problemas práticos irão acontecer e é necessário ser criativo para resolver os problemas, mesmo que essa criatividade não se veja no ecrã.