Por que te candidataste à Academia RTP?
Aprender mais, desenvolver competências e conhecer pessoas que sejam uma mais valia para a minha formação. Principal motivo: abrir portas ao conhecimento e futuras saídas profissionais.
Quais são os teus objectivos para a Academia RTP 4.0?
Aprender tudo o que conseguir: saber mais sobre o que já conheço, experimentar outras que nunca fiz. Desenvolver capacidades que posso ter e até descobrir outras que até agora não sabia que tinha.
Que expectativas tens em relação à Academia RTP 4.0?
Ter uma formação com pessoas ligadas às mais variadas áreas que me interessam num local que me irá permitir conhecer pessoas para partilhar essas ideias, conhecimentos e aprender em conjunto. Espero que me dê um conhecimento mais aprofundado de temas que são estudados nas universidades mas que nem sempre são muito aprofundados. Além disso espero ter contacto com outra realidade, mais prática e mais objetiva que nem sempre é possível nas faculdades. Espero conseguir mostrar as minhas ideias e a dedicação com que tento levar cada “projeto” em que entro.
Qual a tua área preferencial?
Produção de Conteúdos
Numa era digital, cada vez mais interactiva, a criação de novos conteúdos passa por onde?
Nas últimas décadas temos observado o crescente desenvolvimento e impacto que a internet e as novas tecnologias têm vindo a alcançar, tornado inevitável a convergência entre os diversos meios de comunicação. O que assistimos recentemente é o aparecimento uma nova forma de comunicar nos vários meios. Veja-se o exemplo da rádio rádio: além do som, as plataformas digitais utilizadas pelas estações radiofónicas abrem portas à partilha de imagem, texto ou vídeo. Essa partilha passa inevitavelmente a ser ponto de interatividade entre uma estação de rádio/televisão e os seus ouvintes/espetadores que são agora simultaneamente utilizadores (de redes sociais, que visitam sites, que comentam ou “gostam” de determinados conteúdos gerando interação). A criação de novos conteúdos, seja para que meio estejam inicialmente pensados têm de ter em comum uma característica: a sua possível adaptação para todos os outros (que originalmente não era “o meio” para o qual a produção foi pensada). Isto é, se falamos de um novo conteúdo de tv ele não pode ser pensado para nascer e morrer na televisão, isto tendo em conta na era digital que travessamos: todos estes conteúdos originais têm de ser pensados e transformados em pontos extra para que possam ser adaptados, e que faça sentido em outros meios – que sejam multimédia e para isso é necessário que sejam interessantes não só do ponto de vista do espetador/ouvinte de televisão ou rádio mas depois na sua adaptação para o meio digital como as redes sociais ou um site oficial faça sentido, se torne interessante e traga algo de novo que complemente o original. E mais importante: tens consciência que a criação de novos conteúdos, e a passagem destes para os vários meios de comunicação, numa era digital, é fulcral que sejam uma adaptação e não uma cópia que é utilizada e distribuída através de cada meio: cada um tem as suas características e o digital não é excepção. A comunicação e os conteúdos criados para o digital passam por uma adaptação consciente do que se passa no meio e não numa simples reprodução/excerto do existente. É uma era com muita informação, muita partilha de conteúdos por segundos – conteúdos que chegam de todo o mundo e invadem computadores e smartphones. Para um conteúdo novo há que pensar sempre mais além: potenciar a interação e a sua inserção no digital deverá ser sempre ponderado e estudado: isto para que tenha o alcance e impacto desejado junto de uma sociedade que caminha cada vez mais para o digital e tem tudo acessível à distância de um clique e de um scroll num smartphone. Compreendemos, portanto, que o desenvolvimento tecnológico e a própria internet têm alterado o o modelo comunicativo dos meios de comunicação mas também o próprio consumo. Tendo em conta as recentes alterações que, por exemplo as redes sociais trouxeram podemos até estar perante um novo tipo de interatividade: os comentários a fotografias ou vídeos, enviados pelos ouvintes/espetadores/utilizadores, podemos referir os “likes e reações” que acabam por gerar interatividade entre uma estação de televisão, por exemplo, e os espetadores/utilizadores das redes.
Quais são as tuas referências literárias, cinematográficas e dramatúrgicas? (livros, autores, filmes, etc., que foram marcantes para ti)
Marcantes podem ser muitos: pela história, pela altura em que vemos/lemos alguma coisa. Mas quando penso em alguns títulos de livros e filmes de imediato recordo-me do “Auto da Barca do Inferno” , “Codex 632” , “Um Amor em Tempos de Guerra”, “Os Maias”. No que diz respeito a filmes há muitos títulos que poderia destacar mas os de ficção científica, históricos ou baseados em acontecimentos reais são alguns dos que mais me despertam a atenção, sendo difícil para mim apontar referências concretas neste âmbito.
Que livro (s) estás a ler neste momento? Que série (s) andas a ver? Que filmes ou peças de teatro tens muita vontade de ver brevemente?
Adoro boas comédias. Sou viciada em animação e odeio terror. E esse gosto é transversal: filmes, livros e séries acabam por ser sempre dentro de géneros semelhantes. Livros: um momento sem ler nada (isto porque não vou contar com os livros que utilizei na bibliografia da tese e que foram só agora arrumados. Foram 12 meses a ler sobre rádio, redes sociais, internet, sociedade de informação. É só uma pequena pausa). Séries: prison break; arrow; flash; Filmes: quase todos os que são animação já vi ou espero para ver, especialmente os Disney/pixar; as novas produções live action; comédias; alguma ficção científica Peças de teatro: normalmente comédias ou peças feitas a nível municipal com alunos de escolas da região
Se fosses uma palavra, qual serias?
Organização
O que é para ti a criatividade? (vá, não nos dês uma seca! Sê criativo)
A criatividade é essencial todos os dias e o mais estranho é que há pessoas que acham que não são criativas, mas é impossível. Todos somos: uns trabalham-na mais (e até ganham dinheiro com isso), outros não exploram tanto. Mas ter ideias não é fácil e ter aquelas ideias de quem nunca ninguém se lembrou ainda mais difícil é. E se formos a ver bem criatividade também pode ser ‘não saber o que é o almoço’ e improvisar algo saboroso, contar uma história que estamos fartos de ouvir mas de uma forma diferente que faz outras pessoas ficarem agarrados ao que dizemos. É estar com uma página em branco à frente e começar a escrever a primeira frase. E apagar depois e escrever algo melhor. É encontrar coisas giras onde ninguém as vê e transformar em coisas ainda mais giras que todos querem ver. É ter ideias atrás de ideias, discutir e perceber que afinal não eram tão geniais – é debater muito, trocar opiniões e apontar tudo. Porque de 30 ideias que não são assim tão criativas pode nascer uma só, mas que seja a melhor de todas. É parar de reclamar e arranjar soluções. É uma atividade diária: só que nem pensamos muito nisso. Aliás é bem pior quando se pensa agora vamos lá ser criativos e… não acontece nada. Surge à noite ou de madrugada porque lemos, vimos ou ouvimos alguma coisa que nos chamou a atenção e achámos giro. No dia seguinte lemos melhor e pode parecer uma tolice. Ao discutir com os amigos levamos com um balde de água fria porque afinal não fomos criativos e já tinham pensado no mesmo, mas no final, “afinal”, até surge daí uma ideia diferente. Às vezes é quase desanimar porque não há mais nada para inventar depois daquela ideia que tivemos (que afinal não era assim tão gira) – mas há. Há sempre mais, e melhor para se fazer. A criatividade não é preciso só para quem cria ou produz conteúdos – é para a vida, caso contrário seriámos todos iguais, veríamos as mesmas coisas, vestiríamos as mesmas roupas e conclusão: seríamos todos infelizes. Mas que dá trabalho isso dá – e diz que dá mesmo muito. Mas afinal sem trabalho, dedicação e empenho o que é que conseguimos? Ser criativo também pode ser ter de escrever sobre ser criativo e não saber como começar – e acabar com vários parágrafos.