Nuno Artur Silva apresentou o seu percurso profissional aos academistas frisando sempre a importância da persistência neste ramo. Começámos a discussão em comparação com a América. Enquanto nos USA já se vendia o sonho americano, em Portugal vivíamos uma ditadura. A agitação espalhou-se e nos anos 70 a cultura pop tomou Portugal de assalto.
Nuno tirou um curso de literatura mas, insatisfeito por só conseguir dar aulas, foi escrevendo compulsivamente nos seus tempo livres. Neste tempos livres acabou por criar diversos projectos com um conjunto de colegas (inclusive Ricardo Araújo Pereira): peças de teatro , uma revista, entre outros projectos. Em 1987, teve a primeira oportunidade na RTP. Apesar desta primeira oportunidade, ele já tinha tentado contactar/ enviar as suas propostas para o Herman, mas nunca tinha obtido resposta. Contudo, acabou por escrever uma peça para o Herman, no programa “Parabéns”, a primeira de muitas.
Nuno Artur Silva concluiu a masterclass com a referência: “A Academia RTP procura e foca-se na escrita e produção, no designer de produção (Desenhadores de produção)”. Isto é, um director artístico de uma produção que tem de manter uma perspectiva realista. Quem tem de acompanhar desde a escrita ao final da produção toda a coerência artística do projecto. Defendendo a ideia que o Mar e história de Portugal devem estar presentes nas narrativas portugueses, remetendo novamente para a importância da história. Neste contexto, diz que temos de ser atentos e de viver ligados a um tempo mesmo que esse não seja o nosso contemporâneo.
Catarina Araújo, academista