Ao longo deste ano, a RTP2 relembra, em cada mês, alguns dos rostos e dos programas que fazem parte da história e das estórias do canal. O conhecimento, a partilha, a portugalidade, as artes, a religião, a ciência e a natureza, o desporto, a música e as crianças são pedaços deste universo, que todos os dias nos acompanham e enriquecem.
Este mês é dedicado ao cinema e a todos aqueles que contribuem para este universo, na RTP2.
Trabalha há muitos anos na RTP. Como começou esta relação com o cinema?
António José Martins: Trabalho na RTP por causa do cinema. Saído da Escola de Cinema nos anos 80, vim trabalhar na área da programação cinematográfica e fazer, com outros, o Magazine de Cinema. Depois de uns tempos de afastamento regressei em 1990, para trabalhar na programação de cinema.
A RTP2 fez 45 anos. Como a descreve?
AJM: É uma casa abrigo. Por vezes parece que é esquecida mas sabemos que não podemos passar sem ela. É nela que conseguimos respirar com calma. Foi aqui que durante anos tive a hipótese de assistir a bons debates e boas conversas. Foi aqui que assisti a entrevistas que não teriam lugar num qualquer outro canal de sinal aberto.
Qual foi o projeto sobre cinema em que mais gostou de participar?
AJM: “5 Noites, 5 Filmes”. Uma ideia inovadora do Joaquim Vieira (bem como todo o desenho da RTP2 de 1996) que me deu muito prazer e que, acho, permitiu dar a ver filmes de uma maneira diferente e, algumas vezes, diferentes (não só pela sua temática mas, inclusive, por muitos dos seus títulos).
Como vê o cinema atual?
AJM: O cinema já morreu tantas vezes e tantas vezes ressuscitou que a sua vitalidade é enorme. Todos nós assistimos a filmes inenarráveis como assistimos a outros empolgantes. Se não há um “Casablanca” há “A Vida de Adele”, se não há” Música no Coração” existe um “Her (Uma História de Amor)”.
Que programas lhe vêm à memória quando se fala em “RTP2 e Cinema”?
AJM: Primeiro o “Ecrã Mágico”, um programa de entretenimento que misturava a recriação de momentos musicais com as habituais perguntas de cultura cinematográfica e, como é lógico, quer o “5 Noites, 5 Filmes” quer “O Filme da Minha Vida”.
E disto, ainda se lembra…?
– Cinema 58
– Museu do Cinema com António Lopes Ribeiro
– Cinema 64 com Artur Varatojo
– Telecinema com Isabel Wolmar
– Cine Teatro TV com Isabel Bahia
– Magacine com Pedro Lima