João de Carvalho interpreta Vasco Santana, Cena do Lampião do “Pátio das Cantigas”.
Vasco Santana nasceu, em Lisboa a 28 de janeiro 1898 e morreu, também em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1958. Foi pai de outro conhecido ator português, Henrique Santana e do produtor da RTP José Manuel Santana. Foi casado com a também atriz Mirita Casimiro.
Adorado pelo povo português, Vasco Santana será, para todo o sempre, um marco incontornável da arte da representação. Ator genial, ao nível dos maiores do mundo, marcou para sempre a comédia à portuguesa. De enorme sensibilidade, dotado de invulgares técnicas teatrais, transformou-se num mito do cinema nacional.
A representação teatral acompanhou-o durante toda a sua carreira, fazendo-o quase até ao fim da sua vida, e, cada vez que subia ao palco, oferecia ao público a alegria e a boa-disposição que lhe eram intrínsecas, demonstrando o seu carácter pícnico. Mas Vasco Santana não fez só comédias, entrou também em algumas peças dramáticas, como “Três Rapazes e Uma Rapariga”. Brilhou de igual maneira transmitindo grande humanidade às personagens. Tinha talento nato, mas também dominava as técnicas de representação e sabia como ninguém improvisar. O multifacetado ator, que também conheceu o sucesso na rádio, criou personagens como Zequinha, da série O Zequinha e a Lelé.
João de Carvalho
Filho de Ruy de Carvalho. Iniciou a sua carreira de ator na televisão, ainda com a “Noite de Teatro”, emitida sempre às segundas-feiras, em direto. Tinha então apenas 4 anos de idade. Em 1974, estreou-se profissionalmente junto de Laura Alves, integrando a Companhia de Teatro da RTP no Teatro Maria Matos. Em 1984, entra para o elenco permanente do Teatro Nacional D. Maria II, onde exerceu vários cargos entre os quais o de Diretor de Cena. Como ator e encenador independente, participou em vários espetáculos teatrais. A sua atividade estendeu-se ainda ao Cinema, onde participou em várias longas-metragens.
Era muito amigo de Vasco Santana. Vasco chamava-lhe “bolinhas”. Foi o Vasco que lhe ofereceu o seu primeiro triciclo. No Teatro de Felgueiras, estava o João ao colo da mãe quando Vasco o chama do palco. Ainda mal sabia andar mas lá foi ele ter ao palco a cambalear. Nunca mais se esqueceu desse momento. Diz que não vem imitar Vasco, vem sim recriar um amigo de quem gosta muito e lembrá-lo. A primeira vez que o interpretou foi em 1992 em “Passa por mim no Rossio”. Nem sabia que tinha tanto jeito. Depois desse espetáculo, nunca mais ninguém quis que fosse outra pessoa a interpretar Vasco. Já fez de tudo a recriar Vasco: cinema, televisão e publicidade.