Ricardo, de 33 anos, foi submetido a uma extração de um melanoma no joelho direito em 2011. Suspeitado pelo próprio paciente devido à forma de um sinal novo diferente dos outros. Ricardo recorreu à consulta de Dermatologia e, após exame físico e utilização de dermatoscopia, foi sugerida a extração rápida do sinal, perante a suspeita de melanoma que veio a confirmar-se.

Felizmente, Ricardo está aparentemente curado e faz uma vida normal com os cuidados de qualquer pessoa em relação à exposição solar. Este caso realça a importância do auto exame e do diagnóstico precoce.

 

Existem vários tipos de cancros da pele. Os mais frequentes e relacionados com exposição aos ultravioleta ou solar exagerada, por ordem decrescente, são o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular (que geralmente é precedido por queratoses actinicas) e o melanoma. Cada um deles pode ter aspectos clínicos diferentes que importa reconhecer.

 

A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo desenvolveu um conjunto de folhetos informativos de quais os sinais a valorizar, quais as pessoas de maior risco e que cuidados devemos ter com a exposição solar. Todos nós temos sinais, a maioria deles não tem risco, mas há que saber reconhecer.

 

Nesta altura do ano importa lembrar as crianças, nos recreios e nas ferias de verão (praia ou piscina) que se avizinham, os adolescentes, os praticantes de desporto ao livre, os trabalhadores ao ar livre e as pessoas que têm antecedentes pessoais ou familiares de cancros da pele.

O uso de chapéu é essencial! Roupa adequada com desenho e tecido que proteja dos ultravioleta A e B. Na pele que tem que estar exposta, o uso de protetores solares com fator de proteção solar 30 +, mas de textura adequada, pois os protetores muito fluidos ou transparentes (!) têm eficácia duvidosa e muito limitada.

A renovação é essencial quando a exposição é incontornável. É desejável a procura da sombra nas horas e dias de maior índice de ultravioleta. Hoje em dia, fala-se muito da deficiência da vitamina D. Quando existe essa deficiência, que é frequente, basta uma exposição limitada de 15 a 20 minutos fora das horas de maior risco em áreas muito limitadas da pele. Se existe déficit, ele deve ser compensado, sem exageros, por via oral com suplementos.

 

Osvaldo Correia é médico dermatologista.