Joaquim Barros, 55 anos, é proprietário do Talho Central, na Póvoa de Varzim, há 21 anos. Em 21 anos, o talho já foi assaltado 18 vezes.

 

A rua onde se situa o talho é bastante movimentada durante o dia, mas à noite, e sendo apenas de um sentido, a rua fica totalmente deserta.

Dos 18 assaltos, Joaquim apresentou queixa 2 ou 3 vezes e, em dois dos assaltos, os ladrões foram apanhados em flagrante, uma das vezes pelo próprio Joaquim.

Entre carne, a registadora, dinheiro… O prejuízo contabilizado é de 10.000€ e só em 2016 os assaltos já foram 4! Cansado desta situação, Joaquim Barros colocou um letreiro na porta do talho onde se lê “Por favor não me assaltem mais. Obrigado”.

Se afasta ladrões não sabe, mas o letreiro tem feito rir os clientes e é assunto de conversa pelas redondezas!

 

CONSELHOS DA POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

  1. Medidas de precaução e de prevenção:

A comunidade deve ter consciência dos riscos e ameaças contra o seu património, adotando (por livre iniciativa) medidas de autoproteção tão simples como o gradeamento de janelas, a instalação de um sistema de gravação de imagens, a colocação de portas mais seguras ou blindadas em residências ou comércios, a instalação de alarmes ou dispositivos elétricos ou eletrónicos destinados a detetar e sinalizar a presença de intrusos em edifícios, ou a contratação de serviços de prestação de segurança privada.

Para implementar medidas adequadas à gestão do risco, o cidadão deve identificar as vulnerabilidades mais prementes, solicitando para tanto o apoio dos Agentes policiais de proximidade (p. e., do programa Comércio Seguro). A comunidade não deve contar apenas com a prevenção policial do perigo e a repressão do crime. Deve, antes disso, tomar medidas de gestão do risco (medidas de precaução).

 

1. Em caso de assalto (roubo)

Em caso de assalto, não oponha resistência. Procure manter a calma e não discutir. Considere a sua integridade física (e a dos eventuais clientes) como primeira prioridade. Concentre-se em observar bem os assaltantes para poder descrevê-los o melhor possível à Polícia. Sem nunca se expor, procure notar o sentido da fuga dos assaltantes, eventuais cúmplices que possam ter no exterior, características do carro eventualmente utilizado e a sua matrícula. Nunca tente perseguir os assaltantes. Alerte a Polícia o mais depressa possível, fornecendo todas as informações que possa. Não mexer em nada que os assaltantes possam ter tocado. Pedir a colaboração de testemunhas (p. e., pedir aos clientes que aguardem pela Polícia para prestar testemunho ou solicite-lhes que deixem um contacto).

Fechar temporariamente o estabelecimento comercial até à chegada da Polícia.

 

2. Em caso de furto

Em caso de furto, alerte a Polícia o mais depressa possível e não mexa em nada. Dê sempre conhecimento do crime às autoridades e exerça sempre o direito de queixa. Estes procedimentos são fundamentais:

  • Permitem combater as “cifras negras”;
  • Permitem acionar o aparelho da Justiça;
  • Permitem à Polícia cruzar dados no seu Sistema Estratégico de Informações, conduzindo a uma melhor georreferenciação do crime e potenciando os resultados de investigações.

 

MENSAGEM FINAL

A segurança não é apenas um assunto que respeita às Polícias. É, na essência, uma questão cultural, tal como o seu reverso, a violência.

A segurança é um bem comum valioso, para o qual todos devem ser chamados a contribuir. Dê sempre conhecimento do crime à Polícia e exerça sempre o seu direito de queixa. A fomentação de momentos de discussão em espaços de vizinhança — participando, por exemplo, nas ações policiais de sensibilização, com distribuição de flyers ou panfletos — agita a intuição humana do “viver em comunhão e em segurança”.

A segurança processa-se em várias frentes, em que existem atores principais (as Polícias) e atores secundários (cidadãos, grupos sociais, entidades privadas).

As medidas de segurança passiva (promovidas pelas comunidades/cidadãos) contribuem sobremaneira para a diminuição dos níveis de probabilidade da ocasião propícia à prática de crimes.