A Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, rescindiu o protocolo de cedência das instalações à Refood (instituição que recolhe sobras de refeições de restaurantes e cafés e distribui) que lhe foram atribuídas a 10 de março de 2015, depois de esta instituição ter pago as obras de melhoramento do espaço. As instalações vão agora ser ocupadas pela cozinha comunitária da Junta.
O presidente da junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, alega que a instituição “não correspondeu às expectativas”.
Após a atribuição das instalações, uma loja desocupada na Rua do Poço do Borratém, a instituição fez obras de melhoramento, que incluíram um chão novo, pintura e instalações de água e gás. Encontraram ainda 843 restaurantes na freguesia dispostos a colaborar.
O espaço foi cedido em março de 2015 e em janeiro de 2016 começaram a distribuir refeições. Nesse mesmo mês receberam uma carta registada da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior com a informação de que teriam de desocupar as instalações até abril. Não houve aviso prévio, nem qualquer telefonema ou reunião, que mesmo sendo solicitada pelo Hunter (mentor da refood) não lhe foi concebida.
10 dias depois de enviar e-mail a pedir uma reunião à junta, o presidente respondeu de forma muito sintética a dizer que o sucedido “era uma mudança de estratégia”.
No dia em que foram despejados, serviram as 244 refeições na mesma.
A Refood, que chega a entregar cerca de três mil refeições por dia em Portugal.
Certo é que foram investidos alguns milhares de euros nas obras do espaço, embora com parte de investimento do parceiro Compal, mas para Hunter nem é isso que está em causa, mas sim a boa fé e o trabalho de dezenas de voluntários e restaurantes associados.
A ordem de despejo foi cumprida e a 30 de abril a instituição retirou os seus materiais e desocupou o espaço. Já os melhoramentos não foram possíveis de recuperar.
A solução provisória foi um quiosque no Martim Moniz que tinha ardido que a instituição recuperou. O espaço é pequeno, tem nove metros quadrados, cinco frigoríficos (apesar de terem 12) e todas as refeições montam um toldo e mesas de preparação ao ar livre, independentemente das condições climatéricas.
