Na prisão feminina de Odemira toda a gente trabalha. É a cadeia que tem a maior taxa de ocupação laboral em todo o país. Os números de 2014 da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), a entidade estatal que manda nas prisões, dizem que em Odemira sete em cada dez reclusas trabalham. 
As reclusas são pagas por cada atividade: trabalhar no bar, lavandaria, etiquetagem, varrer as ruas (esta última é levada a cabo por duas reclusas a poucos meses de sair em liberdade, numa tentativa de permitir que se adaptem gradualmente à sociedade – é uma parceria com a Câmara de Odemira).  
A compensação financeira vai para os fundos de uso pessoal, de apoio à reinserção social, de família e de obrigações. Quem não tem fundo de família ou obrigações para cumprir, tem dividido pelos fundos de uso pessoal e de apoio à reinserção social. Na prisão só podem mexer no fundo de uso pessoal (para comprar pequenas coisas que precisem, como bens alimentares e de higiene). 
Apenas as doentes não trabalham, mas nem todos os estabelecimentos funcionam assim.