“Tudo isto é fado”
Autoria: Frederico Carvalho/ Aníbal Nazaré

“Mulher Guitarra”
Autoria:
 Mário Rainho/ João Vasconcelos

Cidália Moreira nasceu a 11 de Outubro de 1944 em Olhão no Algarve. Vive em Lisboa. Canta com garra e estilo envolvente, dando muitas vezes nos seus gestos uma coreografia aciganada, que aliada à figura morena e com um cabelo negro muito comprido, levou a que a apelidassem muitas vezes de “A Cigana do Fado”.

Canta fado desde 1963, aliando a elegância a um porte e aspeto cigano.

O tema “20 anos” é o que é mais aplaudido pelo público, assim como o tema de Revista “Falta aqui uma ceifeira”.

Nascida em maus anos para a Europa, desde cedo assumiu a sua paixão pelo canto e pela dança e demonstrava-o nas festas da sua escola, onde sobressaía. Com 7 anos de idade torna-se vocalista de um conjunto de animação de bailes, no qual se mantém até ao 14 anos. A sua família, ligada intimamente ao flamengo, nunca lhe negou o fado, e era nas patuscadas a que o pai, primo direito de Casimiro Ramos, a levava, onde cantava para mais público.

Já em 1973, ano de alguma agitação, parte para Lisboa e é no restaurante Viela, à Rua das Taipas, que se estreia profissionalmente. Integrou o elenco da casa dessa época, que contava com Beatriz Ferreira, Beatriz da Conceição e Berta Cardoso.

Cidália sobressaía pela garra e envolvência a cantar, e também pela dramatização. Morena, cabelos muito compridos, não tardou a que a apelidassem de “A Cigana do Fado”. Na mesma década, 1979 Cidália parte numa digressão na Alemanha, onde, num castelo romântico nos arredores de Hamburgo, obteve vasto êxito.

Já nesse tempo inicia uma produção discográfica intensa, gravando vários discos EP e LP. Empreende-se então, a convite de várias instituições estrangeiras, em digressões que a levaram à França, Espanha, África do Sul, EUA e Canadá. Teve também êxito no Brasil, onde permaneceu quatro anos.

É posteriormente convidada para representar no teatro de revista, destacando-se em revistas como Cá Vamos Cantando e RindoOra Bolas P´ró Pagode e Força, Força Camarada Zé. No teatro ABC canta, numa dessas revistas, um dos seus maiores êxitos Lisboa meu amor, que nunca chegou a ser gravado em disco. Fado errado também foi um dos seus grandes êxitos. Odisseia no Parque 2005 foi a sua última revista no Teatro Maria Vitória.

Esteve muito tempo sem cantar. Diz que teve alguns imprevistos.

Entrevista a Cidália Moreira