Leonor Andrade voltou a estúdio para gravar versões alternativas de “Há um Mar que nos Separa” [download disponível aqui]. Para além da versão em português, a vencedora do Festival da Canção aceitou fazer uma versão em espanhol, uma em inglês e duas em acústico, uma delas que será tocada pela própria Leonor ao piano.

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“A versão que será tocada por mim foi uma sugestão que me deram e eu achei muito engraçado porque gosto muito de tocar piano e já tinha tocado esta música várias vezes. É uma forma de sentir a música de forma mais intensa. Estou só eu e o instrumento e há uma entrega ainda maior.”
Quanto às versões em língua estrangeira, Leonor fala da dificuldade de às vezes sentir cada palavra como o faz em português: “Hoje, a gravar, cantei primeiro a versão portuguesa e depois em espanhol. E apesar de me estar a esforçar para transmitir e sentir a música, é muito mais difícil. Não quer dizer que não se sinta, mas é muito mais complicado.”

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“Quero viver da música” 

A verdade é que Leonor Andrade tem vivido esta experiência de forma igualmente intensa. Contou-nos que foi depois do The Voice Portugal que compreendeu a verdadeira dimensão do quanto queria viver da música, mesmo que esteja a tirar um curso de Direito.

“Embora na altura em que terminou o programa me ter mexido, ter tentado dar concertos, gravar as minhas músicas… Não estava a acontecer nada. Até que recebi uma chamada para vir para o Festival da Canção e pensei ‘Pronto, realmente quem trabalha e quem tem tanta vontade de conseguir, às vezes acontece qualquer coisa de bom, há alguém que nos dá a mão’. Já perdi a conta à quantidade de vezes que pessoas me disseram para eu continuar no curso, que a música não dá… Mas eu prefiro levar uma vida super modesta a fazer aquilo que quero do que ser super rica a fazer uma coisa que detesto.”

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A exposição pública a que se presta quem luta por um sonho artístico não assusta Leonor Andrade. Sobre as pessoas que comentam o seu trabalho, conta com as que a acompanham na sua página de Facebook: “Uma pessoa quando está no meio artístico tem de lidar com a opinião alheia, que é uma coisa com que estou a aprender a lidar. As pessoas de quem eu gosto e que gostam do meu trabalho ou me fazem sugestões construtivas vão lá à minha página dar-me força e apoiar o meu trabalho e essas são as pessoas que importam”.

No entanto, a nossa representante na Eurovisão confessa que estava com muito medo na 1.ª semifinal “porque foi a primeira vez que apresentei a música e era uma música diferente do habitual – pop rock -, ninguém estava à espera disso! Eu tentei ser eu própria, estava super nervosa, mas quando entrei para o palco a energia foi tão boa, as pessoas estavam a bater palmas a apoiar… E eu senti que o público me ajudou imenso naquele momento e mesmo agora continuam a apoiar-me e isso dá-me confiança”, remata.

Desde 2008, com “Senhora do Mar”, que não se gravavam outras versões da música vencedora. Contudo, será a versão portuguesa que nos representará em Viena.