D.Manuel I (XVI) e D.João V (XVIII), dois dos mais ricos reis de Portugal, gastaram fortunas nas embaixadas aos Papas seus contemporâneos. Hoje poderíamos ter a tentação de dizer: “Cá está, foram governantes perdulários como estes que levaram ciclicamente Portugal à falência.”
Mas o homem é o homem e as suas circunstâncias. Durante séculos e séculos, o Papa foi a figura mais poderosa do Ocidente. Para um pequeno reino como Portugal, obter os favores do Papa era garantir a soberania e o reconhecimento do seu poder. Bem vistas as coisas, D.Manuel I e D.João V investiram com astúcia nas relações com a Santa Sé – à época, o árbitro de grande parte do mundo.
Quanto mais olho de perto a História de Portugal, mais verifico que, muito para lá de D.João II, tivemos grandes reis.