Três anos depois do terramoto de 1755 já os frades do devastado Convento do Carmo, em Lisboa, procediam ao seu restauro. Não sabemos porquê, mas as obras de reconstrução não chegaram a concluir-se e o teto da longa nave da igreja não chegou a ser reconstruído. Provavelmente, a tradicional falta de dinheiro explica a estrutura a céu aberto. É irónico que uma “falha” tão gigantesca tenha resultado numa cenografia tão bela. O “céu aberto” é parte indiscutível do fascínio que estas impressionantes ruínas provocam em gentes do mundo inteiro. Emoção só comparável à que provoca a Igreja de São Domingos, por trás do Rossio, onde as paredes continuam feridas pelo fogo que devastou o edifício, nos anos 50 do séc. XX.