Rui é um homem solitário de meia-idade. À noite, trabalha como segurança num armazém. De dia, fuma e dorme numa casa desarrumada. Tem uma filha já adulta, que mal conhece. É infeliz.
Um dia, a morte do maior travesti da noite lisboeta, seu grande amigo e mentor, agita-o profundamente e leva-o a voltar aos espetáculos de travesti no Bar Afrodite, local onde começou a atuar com o seu amigo Roger e conheceu Delfina, a sua atual ex-mulher.
No entanto, o “regresso” de Glória levanta problemas. Rui precisa da ajuda de Roger, um homem excêntrico e falador, que contrasta com a sua personalidade séria e calada. O bar é gerido por Diogo, um jovem autoritário mas sem talento para lidar com os colaboradores.
E Mafalda, a sua filha, intui que algo se passa com o pai, e começa a “investigá-lo”, forçando-o a contar o que se passa.
Esta é a história de Rui, um homem solitário, que esconde dois segredos. Primeiro, foi transformista, atividade que abandonou há vinte anos. Segundo, vive com a culpa de ter, por acidente, colocado a vida da filha em perigo quando ela era pequena.
Este acontecimento definiu, para sempre, a sua relação com ela. Decidiu ser um pai distante, “quanto mais longe, melhor”.
Rui é a história de um transformista, da sua personagem, e de como se salvam um ao outro.
É a história dos homens e mulheres que os rodeiam, cada um com o seu próprio palco e a sua própria performance.