Fim com chave de ouro nos 10 anos de Alive

Foi o derradeiro final. “A chave de ouro”. A comemoração de 10 anos de grandes cartazes, sempre, e de grandes enchentes.

O NOS Alive tem a capacidade de fazer esgotar bilhetes como se fosse fácil. E o dia de hoje voltou a mostrar que a razão nem sempre é só o cartaz. Parece ser o convívio, em grande parte, a principal razão. Em praticamente todos os palcos era difícil aproveitar verdadeiramente os concertos, com os ruídos de fundo de conversas em português, inglês e, sobretudo, espanhol.27565240284_f64f6d82d5_b

Mas vamos à música. Agir abriu o palco NOS com os gritos de “Got It” que lhe são característicos e com os gritos do público jovem que costuma atrair. Agir, o único representante da música portuguesa no Palco NOS, aproveitou bem a oportunidade.

Fez suspense na entrada, chamou convidados, dançou, tirou selfies e agradeceu. Agradeceu muito pela concretização do sonho; o cantor garantiu que toda a vida sonhou tocar num palco deste tamanho, num festival destes, e estava visivelmente feliz de poder realizar o sonho. Mesmo quem não é fã de primeira fila terá de admitir que cantou um pouco de “Ai como ela é bela” ou de “Ela é linda sem make up”.

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O Clubbing voltou a dar palco à música portuguesa – com Isaura, Francis Dale, Mirror People e Whales. Sem grandes surpresas, o público aderiu em massa e não faltavam comentários de surpresa quando no palco falavam e agradeciam em português.

José González teve direito a um Palco Heineken cheio. Muita gente não sabia bem para o que ia, como se percebeu logo desde o início do concerto. José González é um homem cheio de talento, com uma voz inconfundível, mas com uma música baixinha, que precisa de silêncio para ser aproveitada. Avançando mais para o palco, deixa-se o barulho das conversas para trás e ouve-se melhor o sueco.

José González é um homem extremamente tímido; é difícil arrancar-lhe palavras ou frases, mas também não são precisas. A música dele cheira a verão e encaixa perfeitamente num final de tarde quente como o de hoje.

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Dizer que Paus não desiludiram é dizer a verdade e é dizer bastante. A banda portuguesa, conhecida por ter duas baterias, muita garra e muita barba em palco costuma ser significado de grande energia a fluir do palco para o público e vice-versa. Houve até crowdsurfing logo à segunda canção. Lá está, no Palco Heineken, na 10.ª edição do NOS Alive, Paus não desiludiram.

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Eram 22:45 quando os cabeça de cartaz Arcade Fire surgiam em palco. Mesmo antes de chegarem, já tinham confessado verdadeiro amor por Portugal ao escolherem o Alive como um dos apenas 2 festivais de verão que farão este ano. E esse amor foi retribuído pelo público português como nunca antes nesta edição do festival.

Os Arcade Fire são conhecidos pela festa que dão em palco e não é para menos: são muitos, trazem imensos instrumentos, cada um deles toca mais do que uma coisa durante o concerto e têm sempre (sempre!) sorrisos na cara.

Das vezes que passaram por terras lusas, pode ver-se uma evolução na sua popularidade e na maturidade com que se mostram ao público. As passagens entre músicas são pensadas ao pormenor, há confettis e bonecos gigantes em palco.

Os canadianos têm uma canção que diz “Sometimes I can’t believe it, I’m moving past the feeling” (às vezes não acredito que estou a passar ao lado da sensação). Depois do concerto de hoje à noite, no NOS Alive, garantimos nós que ninguém passou ao lado da emoção que foi ver o concerto deles.

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Pelos lados do Palco EDP Fado Cafe foi dia de uma surpresa chamada Tiago Bettencourt. Num palco de fado, houve guitarra portuguesa, mas com voz pouco nostálgico ou sofrida (como é tão característico nos fadistas). Tiago Bettencourt tinha a sala a rebentar pelas costuras e fez as delícias de centenas de pessoas.

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Depois do concerto de Tiago Bettencourt voltaram os slows à pista do EDP Fado Cafe. Outra das novidades e também dos sucessos desta 10.ª edição. Nem todos optavam efetivamente por dançar agarradinhos, mas muitos encontraram naquela sala o espaço ideal para uma pausa após ou antes concertos.

Uma nota ainda para Vetusta Morla, rockeiros espanhóis, que tiveram a bravura de trazer outra língua além do português e do inglês ao palco principal do NOS Alive.28199317845_e0f5b403df_b

Diz-se que os últimos são sempre os primeiros e os M83 são mesmo exemplo disso. Foram a primeira confirmação da edição deste ano e a última banda a subir ao Palco NOS.

Foram a loucura que se esperava. Música divertida, cheia de energia e com direito a muita dança. Grandes êxitos que pouca ou nenhuma letra têm ajudam a que a festa seja ainda mais fácil. O final perfeito para um palco que voltou a fazer história nestes 3 dias de festival.

M83 no NOS Alive

Este ano, o NOS Alive apostou na solução que também o Super Bock Super Rock adotou há uns anos (quando ainda era no Meco): relvado artificial para diminuir o problema de pó. Num local como o Passeio Marítimo de Algés, já conhecido pelas noites ventosas, foi uma ajuda e tanto para que se conseguisse aproveitar melhor os concertos.

Depois de mais uma edição épica, a fasquia volta a estar elevada para o próximo ano. E o NOS Alive’17 já tem datas: 6, 7 e 8 de julho.