Crónica sobre o concerto de Vicious Five

Opinião de João Pacheco, da Punch

Texto de João Pacheco, da Punch

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Foi com um sol abrasador que fomos recebidos no segundo dia do NOS Alive. Não é portanto estranho que as sombras sejam, neste início de tarde, os locais mais desejados pelos festivaleiros, nesta sexta-feira que se adivinhava com bastante menos pessoas que a esgotada noite anterior. Batiam as 18h horas quando os The Vicious Five, feitos Dons Sebastiões do punk-rock Nacional, subiram ao palco para dar o último concerto da carreira. No set trouxeram a energia que tanto caracterizou a banda, mas também a conversa satírica e carinhosa do agora radialista Joaquim Albergaria, ele que seguiu a sua carreira musical para formar os PAUS. O “funeral” do grupo, como o próprio definiu, não foi feito de forma completa aqui no NOS Alive, já que vai ter o verdadeiro enterro no Milhões de Festas.

O público, morno e com menos vontade que os cinco músicos, lá foi mexendo um pouco as pernas ao som de hinos como “On a Bus to Nowhere”, sempre intercalado pelas piadas e comentários em tom de profeta de Albergaria – “Estamos com problemas técnicos. Podem aproveitar para jogar um pouco de Candy Crush ou para ligarem à vossa Mãe. Já ligaram à vossa Mãe?”. Para o final ficou a fantástica “Bad Mirror”,  um dos singles mais fortes em tempo de actividade, e que ainda trazem algumas memórias aos menos esquecidos.

Foi um concerto pequeno, coerente e relevante, mas teria sido mais conseguido caso tivesse um espaço no palco Heineken ou Clubbing, onde as pessoas acabam por se aconchegar mais. The Vicious Five nunca foi uma banda de massas e isso é um trunfo no caso deles. O regresso, ainda que fora de tempo e num palco grande mais, foi feliz e como disse o vocalista no final, tem como propósito agora fazer a mensagem espalhar-se, de forma orgânica e unilateral.