Álvaro Costa: apaixonado por festivais desde 1979
25 Jun, 2013
Nyon, Suiça, 1979
Frio, chuva, lama. Era o meu primeiro Festival e só me perguntava por que no País do Sol, da boa comida e da boa onda, não era possivel criar algo semelhante. Não era: tecnologia, mercado e insularidade impediam sonhos dessa magnitude
Com Vilar de Mouros 1982 , uma vez mais uma manifestação de “loucura saudável” a não ter continuidade, foi preciso esperar até 1996 para e definitivamente os Festivais de Verão começarem a fazer parte do roteiro cultural e económico do nosso país.
Não creio que uma boa parte dos Festivaleiros dos nossos tempos façam a mínima ideia do processo lento e complexo que foi necessário desenvolver para se chegar ao nível do Optimus Alive 2012. E porque o fariam, se tudo funciona e decorre sem falhas?
Algures entre uma romaria eletrónica, uma versão 2.1 das nossas Feiras Populares e ao mesmo tempo um Festival Urbano com uma vibe de Festival rural, o Alive conseguiu algo muito raro no competitivo universo festivaleiro internacional: impor-se como uma marca reconhecida em apenas 7 edições, algo extraordinário se levarmos em conta que o numero de edições para se chegar a esse estatuto é bem superior.
‘Artes e Música’ uma re-definição para o nosso tempo do conceito. A ideia de que um festival é acima de tudo cartaz e palcos complementares é uma perspetiva anos 90. O Alive cumpre as multifunções esperadas e exigidas de um evento desta dimensão ao qual a RTP se associa com uma cobertura global, multiplataforma.
Da edição de 2012 como comentador recordo o modo como todos reinventámos a forma e o conteúdo deste tipo de evento ao multiplicar e estruturar emissões digitais autónomas mas complementares, que nos estimulou a todos.
Com bandas tão carismáticas e importantes como os Green Day, Depeche Mode e os regressados Kings of Leon a simbolizarem a capacidade do Alive em competir com as centenas de festivais que se realizam por essa Europa fora, a edição promete uma vez mais ficar na memória.