Mais folk menos folk, a noite foi de Prodigy

Dia da loucura natural de Prodigy

As portas abriam para o segundo dia de festival e inaugurava o palco Heineken um senhor chamado Daniel Kemish, com um folk leve, refrescante e divertido. Um nome a seguir, sem dúvida.
Ao mesmo tempo no palco Clubbing, um oposto de êxito musical; Dianna Sousa bem tentou, mas saiu tudo ao lado. As primeiras vozes, as segundas, até as letras lhe falharam. Uma pena…

Já o Palco NOS abriu com uma certeza: Blasted Mechanism. Uma banda portuguesa, com certeza, com 20 anos de existência, mas que em palco não mostra qualquer ruga. Em Algés, os Blasted vestiram as novas máscaras, como manda o novo trabalho “Egotronic”, mas não esqueceram os clássicos.

Os concertos das 20:30/21:00 no Palco NOS têm sempre um avanço em relação a qualquer outro; é que qualquer som com um céu maravilhoso por trás parece melhor. Mas os Sheppard nem precisavam disso. Foram divertidos, entretiveram muito bem quem lá parou e passaram, com distinção, no exame.

Quem surpreendeu muitos festivaleiros foram os Marmozets. Uma menina com uma voz cândida e uma aura tranquila que, em palco, solta um vozeirão e parece deitar os pulmões cá para fora. Uma sonoridade bem pesada, mas também bem recebida.

Depois de um primeiro dia a abarrotar pelas costuras, o segundo take de NOS Alive’15 manteve a fasquia em cima, sem grandes picos, à medida que as horas iam passando.

Mumford and Sons regressaram ao nosso país e ao Alive, uma casa onde já foram muito felizes. Pena que esta segunda vez tenha sido consideravelmente mais pobre. Menos banjo (aliás, o último álbum diz não ao banjo), menos festa, menos saltos e menos sal. Um concerto sempre bom, mas banal, algo que os Mumford nasceram para não ser.

Prodigy fecharam as portas do grande palco ao fim de mais de uma hora e meia de loucura e arrebatadora maluqueira. O freakalhismo típico dos Prodigy, completamente impróprio para cardíacos, levou ao rubro rockeiros e funckeiros, hipsters e encamisados. Foi tudo corrido aos senhores “Firestarters”.

Enquanto Prodigy levantava o pó, James Blake acalmava as pulsações com os seus sons graves, a sua voz limpa e mística ao mesmo tempo. Uma onda tranquila e pesada ao mesmo tempo; vibrações que entram no corpo e demoram a sair.

Noutros sons completamente diferentes, mais ao ritmo de gargalhadas, o Palco Comédia é sempre bom para recuperar energias entre concertos. Três nomes a considerar no segundo dia, por razões bem diferentes: Herman José, Jean Carreira e Hugo Rosa.

Herman, o eterno arrebatador de multidões e dispersor de opiniões. Há quem ame e quem odeie, mas este palco Comédia amou o grande senhor da comédia portuguesa. Se não pelo texto, pelas botas que deixaram o público encantado.

Jean Carreira, uma surpresa para tantos, é o filho esquecido de Tony Carreira. Uma personagem criada por Vasco Duarte, que resulta bem em cada palco por onde passa. Uma história bem montada, com sentimento do início ao fim. Muito bom!

Hugo Rosa, o reconhecível homem-dos-cartazes-do-Got-Talent, de cartazes já não tem nada, mas de Got Talent tem muito. Apesar do texto ser bom, bem original e muito engraçado, soube a requentado. Para quem o viu no programa de televisão, foi um déjà vu.