O rescaldo do dia 9 de julho

O dia dos grande Muse

Falar do primeiro dia de NOS Alive 2015 é fazer uma constatação; era um dia esgotado há semanas, que prometia casa cheia e não falhou. As filas para a casa de banho atingiram valores recorde, a multidão em frente ao palco NOS não arredou pé, sempre a guardar lugar para os senhores da noite: Muse.

E o concerto foi aquilo a que Muse sempre nos habituaram: 3 homens em palco a fazer a festa como gente grande. Ao concerto, não faltaram os grandes e intemporais êxitos como “Uprising”, “Plug in baby” ou “Time is running out” com umas pitadas do novo trabalho “Drones”, como “Reapers”. Matt Bellamy chegou a vestir a bandeira de Portugal, confirmando o gosto que têm os Muse em tocar no nosso país.

Luís Oliveira é um dos comentadores da emissão web da RTP e fez um rescaldo relâmpago deste primeiro dia de festival.

Mas nem só de Muse se fez a noite. Abriu com uma nova onda de música portuguesa, potente e a encher o ar de bateria grave, com os Galgo; seguiu para uma nova tentativa, desta feita, no palco NOS, dos Wombats afirmarem o seu indie british, com muita garra, mas pouca resposta. A tarde ia caminhado para o final com Young Fathers no grande palco Heineken e os Capitão Fausto a fazerem as vezes da faltosa Jessie Ware.

De regresso ao palco NOS, Ben Harper dava um belo espetáculo à boleia de um magnífico pôr-do-sol, sendo que foram os seus tons mais reggae e menos eletrónicos, com, por exemplo, “With my own two hands”.

No palco Heineken, os ainda para muitos desconhecidos, Metronomy aqueciam bem o público que ficaria depois bem mais parado ao som de Alt-J. Apesar de um início bombástico, com música boa atrás de música boa, os Alt-J deixaram a leve sensação no ar de que quanto mais rápido dessem a vez aos Muse, melhor. Uma pena, na realidade, visto que a banda inglesa, do famoso “Breezeblocks”, deu um concerto bem maduro, com paixão e com um (sempre bem pensado) espetáculo gráfico.

Os Django Django animaram os que resistiram à maré a esvaziar do recinto do NOS Alive e puxaram de tudo o que tinham, das pandeiretas aos berros passando, claro, e ainda bem, pelos seus movimentos de dança. Se os Django Django eram uma revelação há 2 anos, no ainda Optimus Alive, foram uma arrebatadora contratação deste festival de verão.

Um apontamento ainda para James Bay, que apesar de estreante por terras lusas, esteve bem à altura dos milhares que vieram para o ver. “Hold Back The River” foi o esperado primeiro grande momento do público no dia 9 de julho.

Pelo Palco Comédia, sempre um lado refrescante num festival de música, dois nomes a reter: Diogo Faro, o Sensivelmente Idiota, que faz o seu caminho crescente pelas redes da internet, e The Boy With Tape on His Face que, sem uma única palavra, arrancou mais gargalhadas que muitas frases bem compostas e pensadas.