A abertura desta edição do Festival da Canção é uma tremenda parvoíce, como já é tradição. Este é um ano em que precisamos de rir, mas também de refletir.

A Inteligência Artificial (IA) está hoje intrinsecamente ligada à criação de conteúdos, e tem demonstrado um potencial transformador na forma como consumimos e produzimos conteúdos audiovisuais.

Para esta abertura recorremos à IA com a substituição dos rostos dos últimos vencedores da Eurovisão pelos dos apresentadores Vasco Palmeirim e Filomena Cautela. Através da tecnologia de deepfake, um tipo avançado de inteligência artificial que permite manipular vídeos e alterar traços faciais com um nível de realismo impressionante, conseguimos criar uma sequência visualmente impactante. Neste segmento, foi possível ver os nossos apresentadores a “interpretar” momentos icónicos de artistas como Nemo, Loreen, Duncan Laurence, Måneskin… como se fossem eles próprios os protagonistas dessas vitórias históricas.

A manipulação de imagens levanta preocupações sobre a desinformação e a criação de conteúdos enganosos.

No mundo da música e da criação artística, o debate é urgente.

Estamos do lado dos músicos, da mão e da mente humana, apoiando a arte como forma de fazer avançar mundo. Do lado certo da história, perante um futuro tão incerto.

Tudo a postos para mais um Festival da Canção diretamente da RTP e com os olhos postos para a Suíça! Desafiamos a que nos mostrem uma versão mais original da “vignette” da Eurovisão do que esta interpretada pela Rosinha!

Ousadia a condizer com a abertura que os nossos apresentadores Filomena Cautela e Vasco Palmeirim aprontaram para esta Grande Final… não podemos dizer que estamos surpreendidos!