Salvador Sobral não foi só um dos dez países que passaram à final da Eurovisão. Na conferência de imprensa depois de se saberem os resultados da primeira semifinal, o nosso intérprete quis fazer chegar uma mensagem política ao resto da Europa.

 

A imprensa internacional não estava à espera de um cantor interventivo.
Foi Nuno Galopim quem fez a pergunta a Salvador Sobral:

Podes mostrar-nos a tua camisola e explicar-nos tudo acerca dela?

Salvador foi direto ao assunto:

Esta é uma grande festa europeia e estamos todos a celebrar, o que é ótimo, estamos a celebrar música. Mas há coisas que me preocupam e que preocupam muitas pessoas que têm um coração (…) Quando soube que vinha cá lembrei-me logo dos refugiados, eles que estão a sair dos seus países, a fugir da morte. Não façam confusão, eles não são emigrantes, são refugiados que estão a fugir da morte e não posso dizer que a Europa não esteja a fazer um esforço, toda a gente está a fazer um esforço (…) mas há tantos pormenores burocráticos a acontecer nos campos de refugiados na Grécia, na Turquia, Itália e nós podemos diminuir este serviços burocráticos (…) Devemos ajudar a criar caminhos seguros e legais destes países para os países de destino. E se eu estou aqui e se tenho exposição europeia, o mínimo que eu posso fazer é mandar uma mensagem humanitária.

Se somos humanos e não animais, então devemos ser humanitários.

Salvador garantiu ainda, em resposta a uma segunda pergunta por parte do público, que ficava contente com o facto de a sua canção estar a comover os europeus e que esperava que essa exposição garantisse uma tour europeia ou mesmo uma tour mundial.

South America, vámonos!