A última semana de Salvador Sobral foi passada no recato. Sem entrevistas e sem grandes aparições – com excepção da que fez com a irmã Luísa Sobral à Assembleia da República.
Depois da entrevista que deu a Vítor Gonçalves, o intérprete foi convidado do Agora Nós, para uma conversa num registo mais informal e fluido. A tarde foi passada a discutir música, popularidade e o caminho que existe para o futuro do cantor, mas também para conhecer uma criança especial que segue todos os passos de “Amar pelos Dois”.
Salvador Sobral falou do projeto Alexander Search, com Júlio Resende, em que musicam poemas deste heterónimo de Fernando Pessoa, o mais conhecido de todos os que escreviam em inglês. “Presságio”, no entanto, tem o sabor da língua portuguesa que fica tão bem na voz de Salvador.
Durante 15 dias, Salvador esteve sob as mais variadas e repetitivas perguntas. José Pedro Vasconcelos perguntou-lhe qual a pergunta que gostava que lhe fizessem.
Se tu sendo uma pessoa que não gosta de mediatismo, se soubesses quando a tua irmã te convidou o que ia acontecer, terias aceitado o convite?, sugeriu Salvador Sobral.
Ainda que seja um artista imprevisível, a resposta de Salvador não podia ter sido outra: que sim, que claro que sim.
A recepção de Salvador foi comparada à de Simone de Oliveira, quando os portugueses se reuniram para receber a diva portuguesa… que nem sequer tinha ganho.
Santiago foi uma das crianças que estiveram no aeroporto à espera do intérprete português. Inês Carranca (repórter do Agora Nós) comoveu-se com o afeto que o menino tinha para com o Salvador e convidou-o para conhecer o vencedor da Eurovisão.
O que são essas porcarias das revistas quando comparadas a passar esta emoção a uma criança?, comentou Salvador.
Ficámos também a saber mais sobre o projeto Alexander Search, uma parceria do músico Júlio Resende com Salvador Sobral. Os poemas anglófonos de Fernando Pessoa ganharam asas na voz do intérprete e no piano de Júlio Resende. Mas Salvador falou também no álbum Excuse Me.
“Amar pelos Dois” conduziu a concertos cheios, concedendo ao jazz um novo espaço e um novo silêncio.