Em 2015, Héber Marques apresentou Dança Joana a um público que não deu grandes hipóteses a uma canção divertida. Dois anos depois, o convite da RTP manteve-se e Héber faz parceria com Rui Drumond, também ele um repetente – enquanto intérprete – nas lides do Festival da Canção.
Juntos serão a canção n.º 5 a subir ao palco na 1.ª semifinal da edição de 2017. Mas a verdade é que esta dupla – que espera vencedora – não se conhecia antes.
Eu não conhecia o Rui, conta Héber. Foi uma feliz coincidência porque ele me ligou por causa de outra coisa. Eu estava ainda à procura de alguém que achasse que podia cantar isto e propus-lhe se não queria ser o intérprete. Ele primeiro quis ouvir a música e depois quis fazer. Até porque já esteve em Kiev a representar Portugal e era giro repetir a façanha.
Embora Dança Joana não tenha conquistado em 2015, o tema ganhou longevidade fora do contexto Festival e continua a passar na rádio.
Talvez o público do Festival prefira baladas. Eu por acaso este ano vou com uma balada. Tentei fazer uma coisa mais uptempo mas o meu mood não estava para aí virado (…) Esta música acaba por ser um monólogo, alguém a falar com uma pessoa. É uma canção com uma mensagem igualmente universal, mas numa balada.
Para o compositor, entrar no Festival da Canção não se limita à mera participação no evento. Héber afiança que é competitivo e que ganhar não está fora dos planos.
Quem é que entra num concurso e não quer ganhar?… Não fiz a música a pensar nisso, deixo ao critério de quem vai votar, mas ganhar é um objetivo também, claro.
No final, fizemos-lhe uma pergunta difícil: Qual é o fim último para uma canção escrita especialmente para o Festival: o reconhecimento público a longo prazo – como o Dança Joana -, a passagem de uma mensagem universal – na Eurovisão -, um lugar na História de um evento com esta longevidade em Portugal ou a música pela música?
A música pela música. Tento que o meu maior incentivo seja sempre a música pela música, senão fica tudo muito artificial. Nem sempre se conseguem alcançar objetivos como ganhar ou ficar na História com algo que fizemos de forma natural, mas o objetivo final é sempre a música pela música.
A canção de Héber Marques, pela voz de Rui Drumond, será a 5.ª a desfilar na 1.ª semifinal do Festival da Canção de 2017, agendada para dia 19 de fevereiro.