Em 16 agosto de 2014, o mundo muçulmano debateu chocado a execução sumária de 700 membros da tribo Sheitat da província de Deir al-Zor, no leste da Síria, maioritariamente controlada pelos soldados do Estado Islâmico. O massacre praticamente não teve eco nos media do mundo ocidental.

Vídeos publicados na internet mostram a decapitação de centenas de pessoas em várias aldeias Sheitat. Nas imagens os soldados do Estado Islâmico riem e troçam das suas vítimas, imitando cabras, enquanto decorrem as execuções.

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, cerca de 100 dos executados eram soldados Sheitat mas os restantes eram civis.

Entre os executados estariam ainda homens feridos em combate contra o Estado Islâmico. Relatórios de grupos não-governamentais garantem que eles foram arrastados para fora do hospital Hujein e do centro médico de Mayadeen e decapitados.

As execuções aconteceram após negociações falhadas durante as quais os anciãos dos Sheitat recusaram jurar lealdade do Estado Islâmico.

Pelo contrário. De acordo com fontes da Al Jazeera, um líder Sheitat apelou mesmo aos membros do grupo extremista para pedirem perdão a Deus e abandonarem o grupo. Apelou aos soldados do EI para seguirem “a religião da misericórdia” e abandonarem o que descreveu como “o gado dos desviados”.

Os membros da tribo mataram então alguns dos soldados do EI e expuseram os seus corpos nas ruas. A vingança dos jihadistas não se fez esperar.

Por Graça Andrade Ramos