O comunicado atribuído ao “Estado Islâmico” e distribuído em Gaza durante a manhã de hoje, é citado no diário israelita Yedioth Aaronot como anunciando a “estreia operacional do grupo Estado Islâmico na Faixa de Gaza”.
O documento apresenta o logotipo do “Estado Islâmico” e afirma também: “Os nossos combatentes conseguiram, após semanas de vigilância, sabotar o centro para a imoralidade e a heresia conhecido como Centro Cultural Francês”. Além disso, o comunicado refere que a bomba tinha cerca de 200 quilogramas e se destinou a fazer explodir depósitos de gás que o Centro tinha para alimentar geradores em caso de corte no fornecimneto de eletricidade.
As explosões ocorreram por volta da meia noite, quando não havia ninguém no Centro, e não causaram vítimas. O Centro Cultural ministra cursos de Francês e recolhe os pedidos de visto de habitantes de Gaza, encaminhando-os depois para o Consulado francês em Jerusalém.
O Governo do Hamas é um dos interessados no funcionamento do Centro e, caso se confirme a autenticidade do comunicado do “Estado Islâmico”, irá encontrar no atentado mais um motivo para intensificar a perseguição contra aquele grupo.
Os acólitos do “Estado Islâmico” já se tinham tornado motivo de preocupação para o Governo do Hamas quando uma das suas frações raptou e assassinou, há três anos, o activista de direitos humanos Vittorio Arrigoni.
O primeiro ministro israelita, Benjamin Netanyahu, comparou, há uma semana, o Hamas com o “Estado Islâmico” e viu-se, por esse motivo, repreendido pelo Departamento de Estado norte-americano.
Por António Louçã