“É um desprezo monstruoso pela vida humana que caracteriza os membros do Estado Islâmico e o terror que fazem reinar nos territórios sob seu controlo”, afirmou a porta-voz da ACNUR, Ravina Shamdasani, a 20 de janeiro de 2015.
Três advogadas foram mortas nas duas primeiras semanas de 2014 e outras mulheres foram executadas em Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, caída em poder do Estado Islâmico em junho de 2014, assim como noutras regiões.
“As mulheres que trabalham, instruídas e, em particular, aquelas de concorreram a lugares na função pública, parecem particularmente expostas”, afirmou Ravina Shamsadani.
Foram todas “julgadas” por “tribunais islâmicos” ilegais, acusa a organização da ONU para a defesa dos refugiados.
“O EI estabeleceu de forma ilegal alegados “tribunais islâmicos” no território que controla, os quais infligiram penas cruéis e inumanas aos homens, mulheres e crianças, acusados de ter violado as suas interpretações extremistas da lei islâmica, feitas pelo grupo, ou por se terem mostrado desleais em relação ao EI”, acrescentou a porta-voz da ACNUR.
O Alto Comissariado declarou ainda que outros civis, suspeitos de terem infringido as regras impostas pelo EI ou que apoiaram o Governo iraquiano, foram executados.
Execuções sumárias
Quatro médicos terão sido mortos no centro de Mossul, acusados de se recusarem a tratar combatentes do Ei. Outras 15 pessoas receberam uma bala na cabeça no dia 1 de janeiro de 2015 por ter cooperado com as forças da ordem iraquianas. A 9 de janeiro, pelo menos 14 homens que recusaram jurar fidelidade ao EI, foram executados numa praça em Dour.
Dois homens acusados de “atos homossexuais” foram igualmente lançados do alto de um edifício por ordem de um deste “alegados tribunais” de Mossul, denunciou a ACNUR.
No próprio dia da denúncia do Alto Comissariado, soube-se que o Estado Islâmico executou 13 adolescentes por terem estado a ver um jogo de futebol.
Os rapazes foram alegadamente surpreendidos pelos militantes quando assistiam em Mossul ao jogo entre o Iraque e a Jordânia, a contar para a Taça da Ásia. Acabaram executados a tiro de metralhadora, em público. A denúncia partiu do grupo ativista ‘Raqqa está a ser Assassinada Silenciosamente’.
Por: Graça Andrade Ramos (com AFP)