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O Paraíso existe e começa no Theatro Circo

No dia 22 de abril, um dia depois do 108.º aniversário do Theatro Circo, nasce um novo ciclo, o PARAÍSO, momento que se centra na promoção de espetáculos de nova música urbana afrodescendente e lusófona, bem como as Conversas do Paraíso, com curadoria da plataforma BANTUMEN – A Cultura Negra da Lusofonia, nas quais estarão presentes figuras e personalidades que habitam o mundo das artes e cultura em torno deste tema. Tudo com o apoio da Antena 3.

O universo lusófono pode e deve ser um dos mais importantes catalisadores para uma transformação social e cultural em Portugal. Com base nesta premissa, o Theatro Circo, em Braga, criou o ciclo PARAÍSO, que nasce como lugar ideal na abertura à nova música urbana afrodescendente e lusófona. Este mundo artístico, surpreendentemente longe da linha programática da maioria dos teatros municipais, mas cada vez mais presente nos grandes festivais nacionais e internacionais e nos lugares cimeiros de audições em todas as plataformas, representa um impacto nas artes e na vida pública em Portugal como há muitas décadas não assistíamos na esfera artística. O Theatro Circo, como estrutura pública e com o objetivo de proporcionar à sua comunidade a realidade de um país e as suas potencialidades artísticas, cria o PARAÍSO com o objetivo de aproximar as gerações mais jovens como também enriquecer as gerações já fidelizadas desta sala de espetáculos.

No dia 22 de abril, as honras da casa são feitas por Dino D’Santiago. Às 21h30, na sala principal, a voz de “Nova Lisboa” e “Como Seria” dará início ao PARAÍSO.

Muito se escreveu sobre o artista Dino D’Santiago e sobre o seu alcance no mundo artístico e social. Nascido na Quarteira, em termos musicais tem trabalhado a tradição cabo-verdiana com o peso contemporâneo da eletrónica global, como prova o hino “Kriolu”, com a colaboração de Julinho KSD e coprodução de Branko. Com um ano de 2022 absolutamente avassalador, a começar pela lotação esgotada no Coliseu dos Recreios e passando por momentos incontornáveis como NOS Alive e MEO Marés Vivas, entre outros, o músico português afirma-se cada vez mais como um dos principais protagonistas da música contemporânea feita em português. Há quem diga que há um cenário na música portuguesa antes e depois de Dino D’Santiago. Estaremos cá para o sentirmos no PARAÍSO.

No mesmo dia, à tarde, com a curadoria da BANTUMEN – Plataforma Online sobre a Cultura Negra da Lusofonia, terão lugar as Conversas do Paraíso, pelas 18h, com entrada gratuita, no salão nobre, com o tema O Bairro Venceu – Como ultrapassar os estereótipos e trilhar um caminho em direção ao sucesso. Moderado pela jornalista Marisa Mendes Rodrigues, o painel contará com Telma Tvon (rapper, assistente social e autora do livro Um Preto Muito Português) e Ricardo Farinha (jornalista de cultura, com especial enfoque na música urbana).

“Bairro: aglomerado de casas que abrigam pessoas ou famílias com fracos recursos económicos, onde as ferramentas de integração social são, praticamente, inexistentes e onde a criminalidade faz manchetes. É esta a descrição que nos surge quando falamos de bairros, mas será essa a realidade? Como é que um local tido como um núcleo de carência, a todos os níveis, pode ao mesmo tempo ser um propulsor de talento? Quantos mundos cabem num bairro, sendo que este é um mundo em si mesmo? Para lá da segregação, quem vive, quem sobrevive e quem se destaca rumo ao sucesso?”