• Poder Soul

    8 fevereiro 2021 – 12 fevereiro 2021

    Segunda-feira

    Bill Moss

    Sock it to’em Soul Brother

    Bell

    Nascido em Nassau, nas Bahamas, em 1935, Bill Moss viria a ser uma figura chave da cena Soul de Columbus, no Ohio.

    Foi lá que, na década de 60, se estabeleceu como um Dj de sucesso, na estação de rádio local – WVKO – e foi essa posição que esteve na base da decisão de se aventurar no mundo editorial, onde faria a diferença.

    Em 1966, criou a Nassau Records, estreando-se com um hit, e, dois anos mais tarde, fundou a Holiday, marca que pôs no mapa os Soul Partners e os Four Mints, a banda de maior sucesso que lançou.

    O seu entusiasmo pela edição tornou-se tal que, em 71, prescidiu do seu lugar garantido na rádio para criar a mítica e crucial Capsoul e dedicar-se, em exclusivo, à tarefa de desvendar e trabalhar talento local, usando a rede de contactos que tinha consolidado como profissional de media, para estabelecer as parcerias necessárias para dar o máximo de projeção aos discos que editou.

    Embora tenha sido este activismo o seu maior legado, Bill Moss também teve um curto percurso discográfico, assinando três singles.

    Editado em 69, pela Bell – “Sock it to’em Soul Brother” – foi a sua maior contribuição para a história.

    Um enorme clássico Soul Funk, com uma musculada e coesa secção rítmica a suportar um certeiro diálogo entre spoken word e uns belos coros femininos que, sendo uma espécie de tributo à cultura Afro-Americana, se transformou numa bandeira desta comunidade.

     

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  • Poder Soul

    8 fevereiro 2021 – 12 fevereiro 2021

    Terça-feira

    The Ebony Rhythm Band

    Soul heart transplant

    Lamp

    Inspirados pelos Fabulous Moonlighters, “Ricky” Jackson, “Boobie” Townsend, “Phatback” Watson e Jimmy Williams juntaram-se em Indianapolis, em 1968, para se tornarem na Golden Soul Showband, o grupo suporte de Baby Leon.

    No ano seguinte, Williams deu lugar a “Lammy” Johnson e, depois de terem sido apresentados a Herb Miller, por Charles “Moose” Amos, seu amigo e membro dos Vanguards, os quatro jovens abandonaram Baby Leon, assinaram contrato com a Lamp e adoptaram o nome Ebony Rhythm Band, iniciando um percurso que, até 76, lhes rendeu um ultra-colecionável single, com essa designação, e mais dois Lps e igual número de sete-polegadas, como Ebony Rhythm Funk Campaign.

    Um dos temas gravados para a mítica marca de Herb Miller, “Soul heart transplant”, saiu em 1969, foi o disco de estreia da banda e transformou-se num verdadeiro Graal, no seio da cena especializada.

    Um explosivo instrumental Deep Funk, que deve o seu título ao facto de o primeiro transplante cardíaco de sucesso ter sido realizado, naquele ano e naquela cidade do estado do Indiana, e que, felizmente, foi alvo de uma bela reedição, em 2003, pela Now-Again que, no ano seguinte, reuniria uma série de inéditos, fruto das mesmas sessões, numa sólida compilação.

     

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    8 fevereiro 2021 – 12 fevereiro 2021

    Quarta-feira

    Joanne Vent

    Knowbody’s gonna love you (like the way I do)

    Dynamite Cuts

    Só a falta de sorte, terá impedido Joanne Vent de ter tido uma carreira mais consistente e ser reconhecida como uma das grandes vozes brancas dos Blues, a exemplo do que aconteceu com Janis Joplin.

    É que esta talentosa cantora, nativa da Califórnia, que, depois de se juntar aos Persuaders, em 1967, teve a oportunidade de uma vida, ao assinar contrato com a A+M, e gravar o seu único Lp, dois anos mais tarde, acabou por ter um curto percurso artístico, em nome próprio.

    Apesar da promoção de “”The Black and White of it is Blues” a ter levado a marcar presença em populares programas televisivos, como o Johnny Carson Show, as suas vendas foram pobres, condenando Joanne Vent a uma carreira de retaguarda, quer assegurando coros a gravações de nomes como Lou Reed, quer como vocalista dos discretos White Cloud.

    Ainda assim, não só o seu Lp lhe valeu a admiração dos mais atentos melómanos, como esta pérola perdida, resultado de uma sessão com o crucial produtor, compositor e músico Soul – George Semper – lhe assegurou um lugar de culto no seio da cena especializada.

    Gravada em 69, “Knowbody’s gonna love you (like the way I do)” é uma verdadeira obra-prima Crossover, que apenas tinha sido prensada num par de inalcançaveis acetato até, no ano passado, ter sido finalmente editada, numa parceria entre os George Semper Music Archives e a Dynamite Cuts.

     

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    8 fevereiro 2021 – 12 fevereiro 2021

    Quinta-feira

    Harrison Jones + The Voices of Harmony

    On that other shore

    Family Records Inc.

    É praticamente nula a informação biográfica disponível acerca de Harrison Jones e dos Voices of Harmony.

    O cantor seria um Reverendo de Atlanta e apenas gravou este disco, acontecendo o mesmo com coro que o acompanha que, ao contrário do que está registado no Discogs, não lançou um trio de sete-polegadas, sendo os dois outros discos, que lhe são atribuídos, assinados por um grupo com o mesmo nome, sediado no Mississippi.

    “On that other shore” é fruto do trabalho de Herman Hitson e de Freddie Terrell, dois notáveis músicos, cantores e compositores locais que, sendo actores chave das cenas Soul e Funk da cidade, desde o fim da década de 60, decidiram estrear a sua pequena independente – Family Records Inc. – com a gravação deste single.

    Esta bomba Gospel Disco, temperada pelo Funk, ficou esquecida desde 81, até à meia-duzia anos, altura em que o Dj britânico, radicado em Los Angeles – Greg Belson – um dos maiores especialistas das expressões religiosas na música negra norte-americana dos 60, 70 e 80, a introduziu com estrondo nas pistas de dança especializadas, para a vir a incluir no segundo volume da série “Divine Disco”, editada pela Cultures of Soul.

     

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  • Poder Soul

    8 fevereiro 2021 – 12 fevereiro 2021

    Sexta-feira

    Crystal’s Image

    A friend

    Crystal’s Image, Inc.

    Ainda no Liceu, Frank Gillespie, Larry Scales, Richard Alexander e Arthel Mason formaram os Crystal Image, em Benton Harbor, pequena cidade do Michigan, conhecida por ser a sede da Whirlpool, a marca que “inventou” a máquina de lavar roupa.

    Nos primeiros anos da década de 70, a banda foi agenciada pela New Boss Incorporated, de Clay Robinson, tendo participado em vários concursos de talento e actuado pontualmente nos poucos clubes locais, mas a falta de oportunidades fez com que Gillespie, Alexander e Scales decidissem tentar a sua sorte em Washington D.C.

    Foi na capital norte-americana, no Distrito de Columbia, que, com os devidos ajustes na sua formação, os Crystal’s Image passaram quase toda a sua carreira.

    Primeiro vivendo de tocar nos seus muitos clubes nocturnos e, depois, tendo a oportunidade de gravar, quando o seu ex-manager e conterrâneo Clay Robinson se mudou para lá e se associou à crucial dupla Willie Lester e Rodney Brown, para fundar a Main Line, e apadrinhar a sua estreia em disco, em 1976, com um single editado pela IX Chains.

    O disco acabou por não acrescentar o que quer que seja ao percurso da banda que, em 1980, ainda voltou a gravar por conta própria, antes de desistir.

    “A friend” é o seu derradeiro esforço e a sua grande contribuição para a cena especializada.

    Uma imensa canção Modern Soul, cujo registo de cópias originais se resume a menos de uma mão cheia, mas que, felizmente, foi recuperada pela omnipresente Numero Group, em 2012.

     

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