• Poder Soul

    6 dezembro 2021 – 10 dezembro 2021

    Segunda-feira

    Pucho + The Latin Soul Brothers

    Got myself a good man

    Prestige

    Embora seja Afro-Americano, Henry “Pucho” Brown é uma das príncipais referências da chamada Latin Soul.

    Nascido em 1938, no Harlem nova-iorquino, apaixonou-se pelos ritmos de Machito e de Tito Puente  a que foi exposto em ambiente escolar, pelos seus colegas Latinos.

    Depois de ter adoptado os timbales, formou Los Locos Diablos, ainda adolescente e, aos 17 anos, foi recrutado por Joe Panama, para o seu sexteto.

    Ainda passou pelos Cha-Cha Boys, de Joe Cuba, antes de formar o seu próprio grupo, no início dos anos 60.

    Entre 1966 e 2004, Pucho editou cerca de dezena e meia de Lps, na companhia dos seus Latin Soul Brothers, para marcas como a Prestige, a Right On, a Zanzee, a Milestone ou a CuBop, entre outras, tendo-nos deixado inúmeros clássicos.

    Gravado em 70, como parte de “Jungle Fire!”, o seu sétimo e derradeiro longa-duração para a Prestige – “Got myself a good man” – será o maior dos seus vários hinos.

    Um tremendo instrumental, que funde a mais latina Soul com Jazz e Funk, se transformou num tema essencial da cena Jazz Dance britânica e foi samplado por nome chave da cena Hip Hop, como os Beastie Boys ou J Dilla.

     

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    6 dezembro 2021 – 10 dezembro 2021

    Terça-feira

    Gracie Dumas

    Song of a woman

    J Gems

    É escassa a informação biográfica disponível acerca de Gracie Dumas.

    Parece ser consensual que será nativa de East St. Louis e que terá sido lá que fez grande parte do seu percurso artístico, com uma forte presença no mítico Peppermint Lounge, de Tom Kelly.

    Ainda assim, o seu único disco não foi gravado nesta cidade do Missouri, mas na Califórnia.

    É isso que nos leva a crer, o facto de ter sido editado pela J Gems, uma subsidiária da Kris Records, importante independente fundada em 1963, por Mel Alexander, importante produtor, compositor e cantor ter trocado New Orleans por Los Angeles, três anos antes.

    Uma coisa é certa, introduzida nas pistas de dança por Jimmy Wensiora, nas míticas noites que o Top of the World, em Stafford, nos deu na década de 80 – “Song of a woman” – assegurou-lhe um lugar de culto entre os adeptos da cena Northern Soul.

    Uma enorme canção midtempo, que está ao nível do melhor que os 60 nos deram e que soa hoje tão fresca como qualquer clássico da Motown.

     

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    6 dezembro 2021 – 10 dezembro 2021

    Quarta-feira

    The Soul Toronados

    Hot pants break down

    Magic City

    Nativos de Akron, no Ohio, os irmãos Bobby e Charles Heller, tornaram-se conhecidos na sua cidade por, ainda crianças, terem formado uma dupla de bailarinos que, graças aos contactos da sua mãe – Lulerne – não só dominava os Cabarets locais, como chegou a animar concertos de estrelas como Jackie Wilson ou James Brown.

    Mas Bobby e Charles queriam mais do que dançar e, depois de a sua mãe lhes ter dado um orgão e uma bateria, juntaram-se a James “Boots” Smith e a Bruce Martin, para formarem os Soul Toronados.

    Depressa se tornaram numa das mais oleadas e promissoras bandas Funk do Midwest e, não fosse terem assinado um contrato com Ernest Burt, o dono dos Magic City Studios, de Detroit, que os impediu de aceitarem propostas da Motown, entre outras, teriam tido um percurso de sucesso, algo que não viria a acontecer.

    Acabaram por apenas editar três singles, entre 1969 e 71, que, por muito que tivessem sido hits regionais, não foram o suficiente para que pudessem viver do seu talento, acabando por resultar na dissolução da banda.

    “Hot pants break down”, prensado pela Magic City, é o segundo desses sete-polegadas e um dos grandes temas que nos deixaram.

    Um certeiro e contagiante instrumental que se transformou num absoluto clássico da cena Deep Funk e retrata, na perfeição, o talento impar desta banda que está entre o melhor que o género nos deu.

     

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    6 dezembro 2021 – 10 dezembro 2021

    Quinta-feira

    World Quake Band

    On the one

    World Quake

    Carl Crowder, Wayne Harris e Charles Hollis já tinham formado a secção ritmica das bandas de King Sporty e de Timmy Thomas, quando o primeiro resolveu fundar a World Quake Band, em Miami, na Flórida, depois da dissolução dos Mighty Ryeders, grupo de culto que integrou.

    A sua formação ficou completa com a entrada dos seus irmãos Cathy e Alfred Crowder e, entre 1980 e 81, a banda foi até ao Miami Sound Studio e ao Star Track Studio para gravar um single e um Lp, altamente colecionáveis.

    “On the one” é o lado b do seu sete-polegadas de apresentação, faz parte do alinhamento e contribuiu para o título do seu longa-duração e é, na minha opinião, a sua maior contribuição para as pistas de dança.

    Uma verdadeira bomba Boogie, que destroi qualquer pista de dança e que, sendo quase impossível de assegurar em ambos os seus formatos originais, tornou-se acessível aos comuns mortais, como eu, desde que “Everything is on the one” foi reeditado pela notável Mad About Records, do meu grande amigo Joaquim Paulo, nosso colega de estação.

     

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    6 dezembro 2021 – 10 dezembro 2021

    Sexta-feira

    Sahara

    The wind

    Get Down

    Os Sahara foram um misterioso grupo de Detroit que esteve active na viragem dos 70 para os 80.

    Apenas gravaram dois singles, entre 1980 e 81, ambos para a Get Down, independente da Motor City, que nos deu discos de culto de Palmer James e de Ron Milner e era dirigida por Barry Hankerson, um produtor nova-iorquino que se havia mudado para Detroit, onde se aventurou pela política e pela televisão, para além de ter sido manager de nomes de sucesso como The Winans, Tony Braxton, R. Kelly ou Aaliyah.

    “The wind” foi o derradeiro sete-polegadas dos Sahara e o seu momento supremo.

    Um delicioso e sofisticado take do original Doo Wop, imortalizado pelos Diablos, de Nolan Porter, e ,mais tarde, gravado pelos Jesters, que se transformou num obrigatório clássico 2-Step e que soa hoje tão actual como quando foi gravado.

     

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