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Carismática cantora Jazz e Rhythm + Blues, Annisteen Allen nasceu em Champaign, no Illinois, em 1920.

Embora a sua primeira experiência em estudio tenha sido a gravação de um dez-polegadas com a orquestra de Bull Moose Jackson, em 1945, terá iniciado o seu percurso artístico ao lado de Lucky Millinder, para quem cantou até 51.

Estreou-se em nome próprio, em 46, e, até 62, gravaria um Lp e perto de duas dezenas de singles, para marcas como a Queen, a King, a Capitol, a Decca ou a Tru-Sound, chegando aos tops, em 55, com “Fujiyama Mama”.

Também editado pela Capitol, “Take a chance on me” foi registado um ano antes e é, para mim, o seu mais decisivo momento.

Uma verdadeira pérola Rhythm + Blues uptempo, carregada de ingredientes que estariam na génese da Soul, que leva qualquer pista de dança ao rubro e se transformou num absoluto clássico da cena Mod.

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Para ser muito honesto, muito dificilmente traria aqui esta canção pelo seu valor musical, mas a sua história é uma divertida caricatura do fanatismo exagerado do movimento Northern Soul. 

Em 1999, quando estava a trabalhar num documentário sobre militante cena – Ian Levine – produtor e um dos seus Djs chave na década de 70, lembrou-se de juntar Steve Brookstein, Gerod Harris, Paul Esmond e Julian Cannonier, para formar um quarteto vocal chamado The Four Vandals

Mais do que gravar um novo disco, Levine queria levar os seus parceiros a crer que o grupo era, de facto, um obscuro projecto de New Jersey, que teria estado activo nos anos 60. Para tal, nada foi deixado ao acaso, desde a forma como a canção foi registada, em mono, até às cirúgicas pistas biográficas que foram desvendadas, passando pelo design do seu rótulo.

Quando tudo ficou pronto e depois de terem sido prensadas nos Estados Unidos, um conhecido dealer da Carolina do Norte fez chegar ao reino Unido três cópias que pareciam usadas e, acima de tudo, bastante raras.

Não tardou nada e “The wrong side of town” trocava de mãos na casa das centenas.

O problema é que, em 2004, Steve Brookstein, o príncipal cantor do grupo, ganhou o X-Factor e, subsquentemente, editou um disco que chegou à liderança do top britânico, deitando por terra o segredo de Levine e levando a maioria dos adeptos Northern Soul a sentirem-se traidos.

Hoje é quase vergonhoso passar a canção, mesmo para aqueles que não hesitaram em gastar o que tinham e o que não tinham, para fazerem parte do restrito número que havia, então, assegurado esta “raríssima” decoberta.

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A meio dos anos 60, Michael del Monte, Don Pogrant e Howie Gayles estavam a cumprir o serviço militar na Luke Air Force Base, nos arredores de Phoenix, no Arizona, quando resolveram formar Howie + The Aladdins.

O trio virou quinteto, com a entrada de Denny King e Keith Norgren, mudou de nome, para Soul on Ice, primeiro, e Two Shades of Soul, depois, e, embora, já só tivesse um Afro-Americano na sua formação, tocava para uma audiência exclusivamente negra, no Elk’s Club e no Century Sky, no sul de Phoenix.

Em 73, já enquanto Everyday People e com uma residência de um ano na área Country do Mr. Luckys, Gayles dá lugar a George Bowman e, apesar de agora a banda ser apenas composta por brancos, viria a focar-se, de uma vez por todas, no mais festivo Funk.

Gravaram o seu único disco, dois anos mais tarde, nos cruciais Soundtech Studios.

“(Loose booty) Is a real thing” não fez muito pela banda, nem evitou a sua dissolução, pouco depois de ter sido editado, mas transformou-se num cobiçado troféu no seio da cena especializada.

Uma musculada e contagiante canção Funky Soul, que não deve nada ao que os seus contemporâneos negros nos deram.

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Então todos membros dos defuntos Mason’s Cure, Peter Cupples, Ashley Henderson, Peter Lee e Ronnie Peers juntaram-se a Sam McNally, em 1975, para formarem os Stylus, em Melbourne, na Austrália.

Aquela que seria a primeira banda daquele país a ter um disco editado pela Motown, nos Estados Unidos e em Inglaterra, depressa estabeleceu uma sólida reputação, tendo partilhado palcos como nomes como George Benson, Ike + Tina Turner ou Average White Band, para além de, até 79, ano em que chegou ao fim a sua primeira encarnação, ter gravado cinco Lps e o dobro dos singles, para selos como Atlantic, Crystal Clear, OZ, EMI ou Prodigal.

Editado em 76, como lado b do seu único single, para a Crystal Clear, e incluído em “For the love of music”, o seu segundo álbum – “We all need one another” – é, para mim, o seu mais excepcional momento e a sua grande contribuição para as pistas de dança.

Uma deliciosa canção Modern Soul midtempo, com uns arranjos e uma produção altamente sofisticados e futuristas, que está entre o melhor que a década nos deu.

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É praticamente nula a informação disponível acerca dos E.K.G..

Terão estado activos na viragem dos 70 para os 80 e o facto de o seu único disco ter sido prensado pela minúscula Roadrunners – marca criada pela banda Garage do Michigan, com o mesmo nome, que apenas prensou dois sete-polegadas – leva-nos a crer que seriam daquele estado do nordeste norte-americano.

E ficamos por aqui…

Ainda assim, “Give me love” transformou-se num absoluto clássico para os mais obstinados adeptos da cena especializada.

Uma imensa canção Modern Soul midtempo que não sendo acessível no seu raro formato original, foi incluída na colecionável recolha da Goldmine Soul Supply – “Modern Soul 2” – editada em 1992 e, há um par de semanas, no nono volume da série “Under the Influence”, assinado por Alena Arpels.

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