• Poder Soul

    3 janeiro 2022 – 7 janeiro 2022

    Segunda-feira

    The Fantastics

    Ask the lonely

    Deram

    Os Fantastics são, na realidade, uma derivação dos Velours.

    Formados a meio da década de 50, em Brooklyn, por Jerome “Speedo” Ramos, John Cheatdom, Donald Haywoode, Kenneth Walker, Marvin Holland e pelo pianista Calvin Hayes – The Velours – foi um bem sucedido grupo Doo Wop, que editou nove singles, entre 56 e 67.

    Depois de um ajuste de line-up, com a saída de Walker, Holland e Hayes e a entrada de Richard Pitts, o grupo foi contratado para fazer uma tour pelo Reino Unido, sob a designação The Fabulous Temptations, para explorar a chamada British Soul Explosion e o seu fascínio pela Motown.

    Em 68, voltaram a território britânico, desta vez como The Fantastics, e foi lá que acabaram por fazer quase toda a sua restante carreira, como a gravação de um Lp e mais de dezena e meia de singles para marcas como a MGM, a Deram ou a Bell.

    Editado em 1970, pela Deram, “Ask the lonely” é, para mim, o seu mais belo momento.

    Uma deliciosa versão Crossover do original escrito por Ivory Joe Hunter e William Stevenson e estreado pelos Four Tops, cinco anos antes, que está entre a melhor Soul daquela época e deve constar em qualquer coleção mínimamente exigente.

     

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  • Poder Soul

    3 janeiro 2022 – 7 janeiro 2022

    Terça-feira

    Suspicious Can Openers

    Tuesday in the rain

    Mo-Soul

    Nativos de Columbus, no Ohio, os irmãos Eugene e Walker McMahan juntaram-se aos Show Pushers, de Tommy Willis, a meio dos anos 60, para trocarem os clubes locais pelas estradas de todo o Midwest.

    Uma vez em Detroit, Willis teve a oportunidade de iniciar um importante percurso discográfico que, entre 67 e 71, se reflectiu numa mão cheia de singles, tendo deixado para trás a sua banda.

    Eugene e Walker regressaram à sua cidade natal e juntaram-se a Jerry e Ronnie, mais dois irmãos McMahan, e a Ron Johnson, D.C. Collins e Cornell McLeary para formarem os Suspicious Can Openers.

    Em 71, depois de Tommy Willis também ter voltado para Columbus e se juntar ao grupo, foram até aos Magnetic Studios, para gravarem o seu único disco, para a Mo-Soul, minúscula independente fundada por Eddie Parker e Roy Hoover.

    O disco foi um flop, os concertos escassos e a banda separou-se a meio da década, mas contribuindo com peças fundamentais para projectos de culto, como a Split Decision Band ou Timeless Legend.

    “Tuesday in the rain” é o lado b do seu único sete-polegadas, terá tido uma versão cantada por Vikki Kenyatta e Linda Davis, que nunca viu a luz do dia, o meu preferido destes dois grandes temas.

    Um tremendo instrumental Crossover, que sendo impossível de assegurar no seu formato original, é mais um dos 45 singles que compõem a espantosa caixa – “Eccentric Soul: Omnibus vol.1” – editada pela Numero Group, em 2012.

     

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    3 janeiro 2022 – 7 janeiro 2022

    Quarta-feira

    Joe McGlone + The Hot Pepper Band

    The love I lost

    The Preservation Project

    Joe McGlone é um Pastor e cantor Gospel de Newark, sobre quem não se sabe muito, embora três videos, partilhados por um familiar no Youtube, mostrem que ainda estava activo no fim da década de 90, na companhia do seu grupo familiar: The McGlone Singers.

    Auto-editou um sete-polegadas, a meio dos anos 80, através da sua J Mc Records, mas este ano percebeu-se que essa não tinha sido a sua única ida a estúdio.

    Alguns anos antes, ao lado da também misteriosa Hot Pepper Band, tinha gravado uma surpreendente versão the “The love I lost” que ficou arquivada até ter sido resgatada, pelo Preservation Project, organização, sediada em Austin, no Texas, que se dedica à descoberta e edição de música inédita dos mais obscuros artistas Afro-Americanos.

    Um enorme take do original de Kenny Gamble e Leon Huff, imortalizado por Harold Melvin + The Blue Notes, que arranca com um orgão que nos remete para a Igreja, se constroi sobre uma base rítmica deliciosamente Low-Fi e foi, imediatamente adoptado pelos mais progressivos Djs da cena Soul especializada.

     

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    3 janeiro 2022 – 7 janeiro 2022

    Quinta-feira

    Earl Young

    Take them in prayer

    S.H.Y.

    Filho de um Reverendo, Earl Young nasceu em Lake Charles, no Louisianna.

    Começou a cantar aos seis anos, na Igreja do pai, onde foi criado, e, depois de se mudar para San Francisco, integrou o coro do seu Liceu.

    Embora não tenha sido creditado, teve a sua primeira experiência profissional, em 1978, quando fez parte dos coros que gravaram “Quiet time”, de Patti LaBelle, e, cinco anos mais tarde, viria a editar o seu único disco, através da S.H.Y. Productions, independente que não tem mais nenhum lançamento registado.

    “Take them in prayer” transformou-se num verdadeiro Graal, entre os mais obstinados adeptos das cenas Modern Soul e Deep Disco.

    Uma obra-prima Gospel Soul que troca de mãos sempre acima do meio milhar, serviu de matéria prima para um espantoso re-edit de Divine Situation, projecto de Greg Belson e Paulo Fulci, e acaba de ser reeditado pela Athens of the North, para júbilo de todos os amantes da mais transcendente música negra.

     

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    3 janeiro 2022 – 7 janeiro 2022

    Sexta-feira

    Cirt Gill + The Jam-A-Ditty Band

    Put the music on your ear

    Jam-A-Ditty

    Nativo de Greensboro, na Carolina do Norte, Cirt Gill III baptizou a sua pequena independente – Jam-A-Ditty – em homenagem ao seu pai, com quem partilhava o nome e que, sob essa alcunha, foi um dos primeiros pivots de rádio Afro-Americanos, do sul dos Estados Unidos.

    Dirigida em parceria com o seu sobrinho, Earl Gill, a editora marcou a cena local, com a edição de dois Lps e quatro singles, todos colecionáveis e todos gravados por um leque reduzido de músicos daquela cidade, entre os quais Jimmy Pearson, líder dos JPQ, colectivo que já teve o devido destaque no Poder Soul, e a voz deste tema.

    Gravado em 1980, “Put the music on the ear” é uma das suas grandes contribuições para as pistas de dança.

    Uma contagiante canção Disco Funk, com uma produção, uns arranjos e uma interpretação singulares e futuristas, na medida em que cruzam bateria e caixa de rítmos, numa altura em que essa prática não era comum, e que nunca falha quando lançada numa pista de dança.

     

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