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Poder Soul
23 maio 2022 – 27 maio 2022
Segunda-feira
Johnny Barfield + The Men of S.O.U.L.
Soul butter
Peggy Sue
Johnny Barfield era um jovem carteiro de Phenix City, no Alabama, quando se juntou a Frankie Hurst e a Skip McQuin, para formar os Men of S.O.U.L..
O trio, comandado pelo seu órgão, foi descoberto por Ed Mendel, importante produtor que, depois de se tornar numa lenda radiofónica, com o “Dr. Jive Show”, e de ter aberto uma loja de discos com o nome do seu programa, havia fundado a Peggy Sue Records, em Columbus, oferecendo-lhes um contrato com a sua independente.
Entre 67 e 68, Johnny Barfield + The Meno f S.O.U.L. gravaram os dois únicos singles que constam da sua discografia.
“Soul butter” é o lado B do seu disco de estreia: um double-sider que tem a belíssima balada “Mr. Sunlight” na sua face principal e cujo master foi adquirido pela SSS International, de Shelby Singleton, numa tentativa falhada de lhe dar dimensão nacional.
Uma contagiante canção que cruza, de forma magistral, Rhythm + Blues e Soul e que se transformou num absoluto clássico em clubes dos vários quadrantes da cena especializada.
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Poder Soul
23 maio 2022 – 27 maio 2022
Terça-feira
Lord Thunder
Thunder
DeLuxe
Tudo indica que Lord Thunder foi um projecto de estúdio surgido de sessões de gravação da Federal e da DeLuxe, duas das marcas comandadas pelo tentacular Syd Nathan, a partir de Cincinnati, no Ohio.
É que LeRoy Tukes e Grady Spires, os dois nomes associados à composição dos dois temas do seu único sete-polegadas, eram, naquela altura, colaboradores de nomes chave destes selos, como Mickey Murray ou James Duncan.
Gravado em 1968, para a DeLuxe, e produzido por Bobby Smith, requisitado produtor, que fundou a Orbit e a Boblo e trabalhou com gente como Johnny Pate, Clarence Murray ou The Stratoliners, entre outros – “Thunder” – transformou-se num absoluto clássico Northern Soul.
Um imenso instrumental, com uns arranjos e uma interpretação superiores, que soa hoje tão fresco como quando foi editado.
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Poder Soul
23 maio 2022 – 27 maio 2022
Quarta-feira
Freddie + The Kinfolk
Mashed potato, pop corn
Dade
Depois de ter assinado meia-dúzia de singles, para a Marlin, entre os quais um par de clássicos, Freddie Scott, carismático baterista e cantor, nativo de Jacksonville, na Flórida, juntou-se a Warren Thompson, Benny Latimore, John McIver, Arthur Wilson, Benjamin Littles e Raymond Love, para formar Freddie + The Kinfolk, em 1968.
Até 72, a banda gravou três singles – dois para a Dade e um para a Cat, duas das várias marcas do império de Henry Stone – antes de dar por fim a sua actividade e de Scott e Thompson terem sido recrutados, por Willie Clarke, para integrarem os bem-sucedios Miami, banda Disco Funk que editou vários hits, para além de ter moldado o som daquela cidade, como residente da T.K.
“Mashed potato, pop corn” foi o segundo do trio de sete-polegadas que a banda editou e a sua grande contribuição para as pistas de dança.
Um tremendo take do hino escrito por James Brown que se transformou num clássico incontornável das cenas Deep Funk e Rare Groove.
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Poder Soul
23 maio 2022 – 27 maio 2022
Quinta-feira
Soul-Walkers
Can I say it again
Cardinal Avalon
Ben e Bruce Griffith, Charles Winston, Eugene Hayden, Johnny McNary, James Palmer Jackson, Michael Black formaram os Soul-Walkers, em Owensboro, uma pequena cidade do Kentucky com vista para o Indiana e o Illinois.
O seu nome deriva do facto de, por serem quase todos teenagers, terem que carregar os seus instrumentos para os concertos sempre a pé.
Depois de passarem quase todos os fins-de-semana de 68 e 69 na estrada, actuando em Bases Militares, bailes e clubes nocturnos, com guarda-roupa condizente e coreografias trabalhadas ao pormenor, foi-lhes proposto acesso ao Cardinal Studio, em Central City, que resultou na gravação de dois singles, entre 1969 e 70, numa parceria com Raymond Rich, o dono do estúdio.
“Can I say it again” é o seu segundo e derradeiro disco, prensado pela Cardinal Avalon, e, para mim, o mais genial dos quatro grandes originais que nos deixaram.
Uma deliciosa canção Sweet Soul, com uns arranjos e uma interpretação fabulosos, que começa por citar, descaradamente, “I want you back” dos Jackson 5, para ganhar asas à medida que se vai construindo.
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Poder Soul
23 maio 2022 – 27 maio 2022
Sexta-feira
Timmy Thomas
It's what they can't see
Glades
Serão poucas as pessoas da minha geração que não conhecem uma qualquer versão de “Why can’t we live together”, o tema que imortalizou Timmy Thomas.
Nascido em Evansville, no Indiana, em 1944, este dotado cantor, teclista, compositor e produtor, iniciou o seu percurso artístico como sideman de nomes como Donald Byrd e Cannonball Adderley.
Em 1964, muda-se para Memphis e assina contrato com a Goldwax, primeiro como membro de Phillip + The Faithfuls e, três anos mais tarde, em nome próprio, com a gravação de “Have some boogaloo”, o seu disco de estreia.
Mas foi em 72, depois de se mudar para Miami e de ser recrutado pelo império de Henry Stone, que conheceu o sucesso.
Desta relação, para além de ter dado o seu contributo a gravações históricas de gente como Blowfly, Little Beaver, Betty Wright, King Sorty, Ernest Raglin, Milton Wright ou George e Gwen McCrae, resultou uma mão cheia de sólidos Lps e um sem número de singles.
Deixou-nos a 11 de março deste ano.
Editado pela Glades, em 1975, “It’s what they can’t see” não teve, nem de longe, nem de perto, o êxito de outros temas, mas é, na minha opinião, o seu momento supremo.
Uma obra-prima Modern Soul midtempo, rara e valiosa no seu formato original, que, felizmente, foi reeditada pela Suncut Records, em 2017.
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