• Poder Soul

    2 agosto 2021 – 6 agosto 2021

    Segunda-feira

    Brown Brothers of Soul

    Cholo

    Speciality

    Brown Brothers of Soul é um dos vários projectos concebidos pelo irrequieto Rulie Garcia.

    Nascido em Chihuahua, no México, mudou-se para a Costa Oeste dos Estados Unidos, ainda criança, e foi na Hoover High School, em Glendale, que o seu talento se revelou, ao aprender a dominar, com igual mestria, instrumentos como o saxofone, o piano, o baixo e o vibrafone.

    Depois de se graduar, em 1956, formou a sua primeira banda – Rudy Garcia + The Imperials – iniciando um percurso que, até 92, ano em que os diabetes o levaram precocemente, se refectiu na edição de dezenas de discos, sob designações tão diversas como Rulie Garcia + his Immigration, Rulie Garcia + The East L.A. Congregation ou Johnny Chingas, entre outros, para além da fundação de marcas como a Katinga ou a Billionaire.

    Brown Brothers of Soul foi mais um desses seus “pseudónimos” e “Cholo”, editado pela Speciality, em 71, um dos seus vários e distintos inspirados momentos.

    Um tremendo instrumental Funk, temperado pelo Boogaloo e pelo Latin Jazz e dominado pelo orgão, que se transformou num incontornável clássico Rare Groove e soa hoje tão fresco como quando foi gravado.

     

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    2 agosto 2021 – 6 agosto 2021

    Terça-feira

    Miz Davis

    Sing a happy funky song

    Now

    Embora este sete-polegadas seja o único disco gravado por Miz Davis e não se saiba praticamente nada sobre esta cantora de Los Angeles, ele é fruto da associação de alguns dos músicos mais notáveis da West Coast.

    Al Mckay, James Gadson, Melvin Dunlap e Ray Jackson, para além de destacados membros da Watts 103rd St. Rhythm Band, de Charles Wright, emprestaram o seu talento a centenas de gravações, de nomes famosos, como Earth, Wind + Fire, Bill Withers, Quincy Jones, The Temptations, Isley Brothers, Marvin Gaye ou Herbie Hancock, entre muitos outros, ou de artistas de culto como Michael James Kirkland, Dyke + The Blazers, Union ou Lou Bond.

    Escrito por Paul Politi, requisitado compositor que colaborou com Barry White ou Frank Wilson, e gravado em 1975, para a Now, uma das mais cobiçadas e decisivas marcas do mítico Dj Art Laboe – “Sing a happy funky song” – foi o suficiente para a misteriosa Miz Davis ficar na história.

    Uma contagiante canção Disco Funk, com um Groove gingão e coeso, assegurado por uma poderosa secção rítmica, que nunca falha quando lançada numa pista de dança e que deve constar em qualquer coleção que pretenda cobrir a melhor Soul dos 70.

     

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    2 agosto 2021 – 6 agosto 2021

    Quarta-feira

    Sweet Charles

    Yes it’s you

    People

    Sweet Charles nasceu Charles Emanuel Sherrell, em Nashville, no Tennessee, em 1943.

    Começou a tocar na escola, com oito anos, e, até se graduar, na T.S.U., passou pelo trombone, pelo trompete e pela bateria antes de, já depois de ter começado a pisar os palcos dos clubes nocturnos locais, ao lado de Jimi Hendrix, se ter dedicado à guitarra e ao baixo, o seu instrumento de eleição.

    Após ter percorrido o país, como membro dos King Casuals, de Johnny Jones, então banda suporte de Aretha Franklin, juntou-se ao J.B.’s, em 68, para a fase mais produtiva da sua carreira.

    Até meados dos anos 70, Sweet Charles, que ainda se mantém activo, para além de ter partcipado em gravações decisivas de James Brown, Marva Whitney, Maceo, Fred Wesley ou Bobby Byrd, gravou um Lp e quatro singles, todos para a People, marca fundada pelo Padrinho da Soul, em 71.

    “Yes it’s you” é um dos temas de “For sweet people”, o longa-duração que editou em 74, e, na minha opinião um dos seus mais supremos momentos, em nome próprio.

    Uma imensa versão do original escrito pelo fundador da Atlantic – Ahmet Ertegun – para os Clovers, que se transformou num clássico obrigatório da cena Rare Groove e alimentou os samplers de gente de peso, como J Dilla ou Luke Vibert, entre outros.

     

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    2 agosto 2021 – 6 agosto 2021

    Quinta-feira

    100% Pure Poison

    Holes in my shoes

    EMI

    Todos americanos, Danny Leake, Jackie Beard, James Wells, James Williams, Marvin Daniels, Pie Harrison e Slide Beard estavam a cumprir o serviço militar, numa base em  Zwiebruken, na Alemanha, quando resolveram formar os 100% Pure Poison, no ínicio da década de 70.

    Talvez por isso, dos dois singles e um Lp que editaram, em 1974, apenas um sete-polegadas, resultante de uma sessão de gravação em Abbey Road, saiu no seu país de origem, tendo o resto da sua curta discografia sido lançada pela EMI britânica.

    O grupo acabou por se desmembrar à medida que os seus membros regressaram às suas cidades de origem, mas “Coming right at you”, o seu único longa-duração, ficou na história da melhor música negra daquela década e foi o ponto de partida para as carreiras de James Wells, que, em associação com Ian Levine, assinou alguns êxitos Disco; de Marvin Daniels, que viria a participar em gravações de gente como Genobia Jeter, Mutiny, The Gospelaires ou Southern Energy Ensemble; ou Danny Leake, que se transformou num engenheiro de primeira linha, trabalhando com nomes como Janet Jackson, Kanye West ou Lupe Fiasco, entre muitos outros.

    “Holes in my shoes” é, para mim, o mais genial dos muitos grandes momentos desse Lp e parece estar a ter uma segunda vida no seio da cena especializada.

     

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    2 agosto 2021 – 6 agosto 2021

    Sexta-feira

    Glass Pyramid

    Country cowboy

    Glass Pyramid / P.P.U.

    Composta por Billee Orange, Delmar Garrett, Garcia Tarver, Georgetta Funches, Lewis Morris, Richard Clayton e Tony Bennett, Glass Pyramid foi uma banda de Oklahoma City, que esteve activa durante os anos 80, altura em que encabeçou a cena Boogie local.

    Entre 81 e 88, editou quatro singles, sempre através dos seus próprios selos – Pyramid e Glass Pyramid – que se transformaram em cobiçados objectos de coleção.

    Gravado em 83, para um Lp que nunca veria a luz do dia – “Country cowboy” – apenas foi revelado em 2009, quando a Peoples Potencial Unlimited resgatou essas gravações da cassete onde estavam registadas, e é, na minha opinião, superior aos vários excelentes temas que lhes valeram o seu estatuto de culto.

    Uma verdadeira bomba Disco Funk futurista, que arrasa qualquer clube e que soa hoje tão ou mais pertinente do que nunca.

     

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