• Poder Soul

    17 maio 2021 – 21 maio 2021

    Segunda-feira

    The Af-Tabs

    The broom

    Jet

    Uma vez mais, confrontado com o facto de não ter praticamente nenhuma informação acerca de uma banda ou de um disco, não consigo deixar de os partilhar, tal é o poder da sua música.

    De facto, não se sabe absolutamente nada acerca dos Af-Tabs, para além daquilo que os seus três singles, prensados entre 1968 e 69, com as mesma duas canções, nos indicam.

    Eram de Nova Iorque, muito provavelmente, do Bronx, terão estado activos na segunda metade dos anos 60 e gravaram apenas dois temas, que foram editados três vezes, através das igualmente misteriosas independentes Jet e Fi5ve Star Records.

    Ainda assim, isto foi o suficiente para terem deixado dois hinos: um para os adeptos da cena Deep Funk e outro para os amantes da mais doce Soul.

    “The broom”, que tem uma versão vocal, para além do instrumental que hoje vos trago, é o tema venerado pelos primeiros.

    Um crú e visceral petardo, com um orgão deliciosamente sujo a dominar uma coesa secção rítmica, suportada por um impressionante back-beat, que rebenta com qualquer pista de dança.

     

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  • Poder Soul

    17 maio 2021 – 21 maio 2021

    Terça-feira

    Los Sobrinos del Juez

    Harina de Maiz

    Audio Latino

    Carlos Oliva nasceu em Sancti-Spiritus, Cuba, mas mudou-se para Miami, em 1961, onde rapidamente se distinguiu como um percussionista de eleição.

    Foi lá que, em 67, fundou Los Sobrinos del Juez ou The Judge’s Nephews e foi lá que, entre 74 e 95, gravou uma dúzia de Lps e perto de duas dezenas de singles, para além de ter produzido estrelas como Gloria Estefan ou os seus Miami Sound Machine.

    Editado em 74, pela Audio Latino, num sete-polegadas creditado a Los Sobrinos del Juez e como parte do seu álbum de estreia, atribuído aos Judge’s Nephews – “Harina de Maiz” – é a sua principal contribuição para as pistas de dança.

    Um autêntico monstro Latin Funk, temperado pelo psicadelismo, que está entre os mais geniais momentos do género e é obrigatório em qualquer coleção que se preze, até porque foi reeditado pela germânica Matasuna Records, em 2019.

     

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    17 maio 2021 – 21 maio 2021

    Quarta-feira

    Tickled Pink

    Reach out (and give me your hand)

    Pink Knip

    Embora tenham passado os seus dois mais produtivos anos no Texas e tenham gravado o seu único disco em Dallas, os Tickled Pink não eram uma banda local.

    Clarence “Pinky” Pinckmey’s nasceu em Glensville, na Georgia, em 1941, passou a sua infância em Savannah e foi para o Bronx, fazer o liceu.

    Foi em Nova Iorque que aprendeu a tocar trompete e iníciou o seu percurso artístico, chegando a abrir um concerto de Count Bassie, no mítico Apollo, em 1960.

    O serviço militar levou-o ao Texas e a Tacoma e, mal foi desmobilizado, em 69, formou os Mint Juleps, com quem actuava nos moteis da Interstate 5. O grupo, multiracial, foi evoluindo à medida que foi percorrendo o país, com vários acertos de line-up e designações que passaram por Pinky + The Topics e The Lamplighters, antes de adoptarem Tickled Pink, quando já dominavam o circuíto de clubes nocturnos texano.

    Com dinheiro no bolso e e um imenso número concertos marcados, que os levariam do Alaska ao Canadá, a banda foi até aos Sonic Productions Studios para, em 72, registar este sete-polegadas que se transformaria num verdadeiro Graal na cena especializada.

    “Reach out (and give me your hand)” é uma obra-prima Funky Soul, que teve uma reduzidíssima prensagem de cem cópias, apenas usadas em promoção ou oferecidas a familiares da banda, e que tem gerado a loucura dos mais abastados Djs e colecionadores.

    É um dos 45 singles da colecionável caixa – “Eccentric Soul: Omnibus Vol. I” – editada pela Numero Group, em 2012.

     

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    17 maio 2021 – 21 maio 2021

    Quinta-feira

    Sass

    Do it

    San Francisco I.N.S.

    Liderados por Fred Ross e Andro Ernst, os Sass foram um grupo multiracial, formado em 1974, em San Francisco, que fundia Soul, Funk e Rock.

    Depois de uma consistente presença nos palcos locais, onde abriraram concertos de nomes como Commodores, Main Ingredient, Brass Construction, Tower of Power ou Esther Philips, em 76, gravaram três singles para a pequena independente San Francisco I.N.S..

    Os discos, todos prensados em reduzidas quantidades, permitiram-lhes assinar contrato com a 20th Century Records, que recuperou “Do it”, com uma nova mistura, e lhes proporcionou a gravação de um longa-duração, que nunca viria a ser editado, condenando a banda à morte.

    Andro e Ross, ainda voltaram a tentar uma nova parceria, em 89, mas, mais uma vez, viram grande parte do seu trabalho ser arquivado, tendo o primeiro investido num estúdio onde viria a colaborar  com os Green Day, entre muitos outros grupos que iam do Punk ao Hip Hop.

    A versão inicial de “Do it” é, a par de “Birds of a feather”, a sua grande contribuição para a cena especializada.

    Uma imensa canção Funky Soul, que troca de mãos na casa dos milhares, mas que, felizmente, foi incluída no primeiro volume da bela série, assinada por Waxist e editada pela SOL, em 2017 – “Message in our music”.

     

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  • Poder Soul

    17 maio 2021 – 21 maio 2021

    Sexta-feira

    The Magic City Band

    Hot flashes

    Magic Disco Band

    Harry Hann, Paul Lee, Freddie Barnes e Doug Bryn, são quarto misteriosos músicos de Miami, que fundaram a Magic City Band, na segunda metade da década de 70.

    O grupo, sobre o qual não se sabe praticamente nada, gravou um Lp, na Coconuts Recording Company, algures entre 78 e 79, para, logo depois, desaparecer sem deixar rasto.

    Ainda assim, isto foi o suficiente para a Magic City Band se tornar numa referência entre os mais atentos adeptos da cena Deep Disco.

    É que são vários os temas de “Disco Rhaposody”, o seu autoeditado álbum, que têm alimentado as mais esclarecidas pistas de dança, com um destaque, muito particular, para “Hot flashes”.

    Uma contagiante canção Disco, com o som acutilante e incisivo que caracteriza a música daquela cidade da Flórida, que leva ao rubro qualquer clube e foi incluída, por Woody Bianchi, no volume que assina na série “Under the influence”, editada pela Z Records.

     

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