• Poder Soul

    14 junho 2021 – 18 junho 2021

    Segunda-feira

    Billy Martin

    Funky feelin’

    Trans-World

    Trompetista e líder de orquestra, Billy Martin cresceu em Nova Iorque e foi lá que começou a tocar, profissionalmente, mal acabou o Liceu.

    À procura de solidificar a sua experiência e formação, passou uma temporada em Paris e em Frankfurt, onde frequentou o Conservatório local, antes de regressar à Grande Maçã, para se graduar no Manhattan Conservatory of Music.

    Uma tournée levá-lo-ia ao Canadá, onde se viria a fixar, primeiro em Toronto e, depois, em Montreal, e onde acabaria por fazer grande parte da sua carreira discogáfica.

    Entre 1962 e 74, editou perto de uma dúzia de Lps e uma dezena de singles, através da London, da Trans-World e da Onion, deixando-nos vários clássicos.

    Gravado em 70, para a Trans-World, “Funky fellin’” é o tema de abertura de “Strawberry Soul”, e, na minha opinião, o seu mais genial momento.

    Um imenso instrumental Funk, carregado de Soul, que não deve nada ao melhor que os Kool + The Gang no deram e que se transformou num absoluto clássico da cena Rare Groove.

     

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  • Poder Soul

    14 junho 2021 – 18 junho 2021

    Terça-feira

    Harry Ray

    Ride your pony

    All Platinum

    Harry Ray nasceu em Long Branch, New Jersey, em 1946.

    Iníciou o seu percurso discográfico com os Valtairs, tendo gravado dois singles antes de formar os Moments, o seu mais bem-sucedido projecto: um trio vocal, partilhado com Al Goodman e Billy Brown, que, entre 65 e 79, ano em que seguiram o seu caminho como Ray, Goodman + Brown, editou mais de uma dúzia de Lps e duas dezenas de singles, quase todos através da Stang, uma das marcas de Sylvia Robinson.

    Manteve-se em actividade, com os seus parceiros de sempre, até 92, o ano da sua morte, tendo acrescentado mais alguns álbuns ao seu legado discográfico.

    Entre 74 e 85, sempre sob a tutela da tentacular e implacável empresária, gravou meia-dúzia de sete-polegadas e um longa-duração em nome próprio.

    “Ride your pony”, prensado pela All Platinum, é o primeiro desses discos e, para mim, o seu mais inspirado momento.

    Uma enorme canção Funky Soul midtempo, que antecipa o Disco, se transformou num absoluto clássico Rare Groove e deve constar de qualquer coleção de música negra, até porque é extremamente acessível.

     

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  • Poder Soul

    14 junho 2021 – 18 junho 2021

    Quarta-feira

    Captain Beefheart + his Magic Band

    I’m glad

    Buddah

    Nascido Don Glen Vliet, em Glendale na Califórnia, em 1941, o enigmático Captain Beefheart foi um dos mais talentosos, versáteis e carismáticos protagonistas da história da música popular das últimas décadas do século passado.

    Embora apenas reconhecido pelos seus pares e pelos mais apaixonados melómanos, este singular cantor, músico, produtor e compositor, mas também poeta, realizador e artísta visual, deixou-nos um vasto legado, reflectido em várias dezenas de impressionantes Lps e singles, onde misturou territórios tão vastos como os Blues, o Jazz, o Rock, a Música de Vanguarda ou de Cabaret, construindo uma personalidade artística que seria alvo de culto e fonte de inspiração para uma série de criadores que viriam a operar revoluções como o Punk ou o Pós-Rock.

    Gravado na primavera de 67, “I’m glad” é um dos temas de “Safe as Milk”, o seu histórico álbum de estreia, e uma imaculada incursão pela Soul.

    Uma verdadeira obra-prima Sweet Soul, que não deve nada aos mais supremos momentos dos maiores nomes da história da música negra e que é mais uma prova do inquestionável génio deste multifacetado artista.

     

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  • Poder Soul

    14 junho 2021 – 18 junho 2021

    Quinta-feira

    ORF Big Band with Rozaa

    Silly Silly

    ORF

    Rozaa Wortham é uma subvalorizada e pouco conhecida cantora Jazz, nascida em Detroit, em 1945.

    Os primeiros registos da sua actividade artística remontam à viragem dos 60 para os 70, primeiro ao emprestar a sua voz à Banda Sonora de “Des garçons et des filles”, assinada por Errol Parker, depois quando começou a participar em musicais da Broadway e finalmente com um papel na série televisiva”Lift off”, da qual resultou a gravação de dois singles, em dueto com David Albert Cook.

    Terá sido o teatro que a levou à Alemanha, onde viria a casar, e à Austria, onde gravaria um par de canções suas, num disco da Big Band da ORF, entre as quais está o tema que hoje vos trago.

    Nos  Estados Unidos, entre 75 e a segunda metade da década de 80, para além de ter assinado o clássico “Disco Boogie Woman”, como Rooza + Wine, gravou cinco Lps em nome próprio.

    Mantem-se em actividade até aos nossos dias, embora não tenha voltado aos discos.

    “Silly Silly” é uma das canções da sessão que fez com a ORF Big Band, em 1976, e, na minha opinião, o seu momento supremo.

    Uma imensa canção Soul Jazz, com uns arranjos e uma interpretação do outro mundo, que revela bem o talento desta cantora, que merecia ter outro tipo de reconhecimento.

     

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  • Poder Soul

    14 junho 2021 – 18 junho 2021

    Sexta-feira

    The Topics

    Keep dancin’

    NCS

    Nativo de Fresno, na Califórnia, e o mais novo de oito irmãos de uma família bastante religiosa, Nate Sanders revelou muito cedo uma inclinação para o Gospel, mas foi só depois de regressar incólume da Guerra do Vietname, que decidiu dedicar-se a fundo à actividade artística.

    A meio dos anos 70, juntou-se a três ex-colegas de Liceu e formou os Topics. 

    Todos os membros do grupo tinham empregos, pelo que, apenas no tempo livre, conseguiam tocar em festa privadas e clubes locais, como o Sugar Hill, acabando, ainda assim, por gravar o seu primeiro single, em 78, para a Token.

    Na mesma altura, os seus sobrinhos Leonard, Melvin, Timothy e Phillip juntaram-se à backing-band dos Supreme Jubilees, com quem fariam uma tour na Baía de San Francisco, como suporte dos Mighty Clouds of Joy, fazendo amizade com o seu guitarrista – Eddie Alford – que acabou por ir passar uma temporada a Fresno e associar-se a Nate e companhia, para gravar o seu único Lp, um autêntico Graal da cena Modern Soul.

    “Keep dancin’” é o tema de abertura de “Wanted Live! By a Million Girls” e uma das mais dançaveis, das oito fabulosas canções que compõem este álbum, que tem uma produção, uns arranjos e uma interpretação imaculadas e que, felizmente, foi reprensado pela Jazzman, em 2014, tornando-se acessível aos comuns mortais, como eu.

     

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