• Poder Soul

    13 setembro 2021 – 17 setembro 2021

    Segunda-feira

    Les McCann

    Sunny (Part II)

    Limelight

    Pianista, cantor e compositor, Les McCann nasceu em Lexington, no Kentucky, em 1935.

    Auto-didata, foi alvo de uma exposição massiva quando, em 1956, numa altura em que estava em San Diego a cumprir o serviço militar, venceu um concurso de talento que o levou a actuar no Ed Sullivan Show.

    Ficou pela Califórnia e integrou a banda de Gene McDaniels, antes de formar o seu próprio trio e de iniciar o seu percurso discográfico, em 1960.

    Até 2018, Les McCann gravou perto de cinco centenas de Lps e um sem número de singles, para marcas como a Pacific Jazz, a Fontana, a Limelight, a Atlantic ou a Impulse!, entre outras, colaborou com nomes como Lou Rawls, Richard “Groove” Holmes, Stanley Turrentine, Eddie Harris ou Roberta Flack e foi samplado por gente como Pete Rock, Dream Warriors ou Mobb Deep, gozando de uma enorme popularidade no universo do Jazz e afins.

    Gravado em 66, para “Les McCann plays the Hits”, longa-duração prensado pela Limelight – “Sunny (Part II)” – é o meu favorito dos muitos grandes temas que nos deixou.

    Uma deliciosa leitura do standard escrito por Bobby Hebb, que nunca falha quando lançado numa pista de dança e deixa qualquer um com um sorriso.

     

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  • Poder Soul

    13 setembro 2021 – 17 setembro 2021

    Terça-feira

    Morning After

    Disco-Tick

    Reward

    Os Morning After foram a última encarnação de um grupo de músicos de origem polaca, oriundos de Wicker Park, um bairro de Chicago, onde proliferavam junkies, prostitutas e gangs.

    Começaram o seu percurso, a meio da década de 60, enquanto Golden Tones, tocando standards e polkas em casamentos e festas privadas. Em 67, já com bastantes incursões ao Rock, rebaptizaram-se GT5 e alargaram o seu campo de acção a clubes nocturnos fora do seu bairro natal.

    Depois de alguns dos seus membros originais terem sido recrutados para a Guerra do Vietnam, o grupo incorporou um guitarrista e um cantor negros, adoptou a designação Morning After e, fazendo uso da sua poderosa secção de sopros, conseguiu levar a sua música, agora inspirada em bandas como os Blood, Sweat + Tears ou Chicago Transit Authority, a palcos de Chicago a Rockford.

    Acabou por apenas gravar um sete-polegadas, em 75, editado pela misteriosa independente Reward Records.

    Registado num pequeno e barato estúdio de Madison, no Wisconsin – “Disco-Tick” – é o lado b deste double-sider, que tem “Hey Girl” na face principal.

    Uma poderosa canção Disco Funk, que se transformou num disputado objecto de coleção no seio dos mais progressivos Djs e colecionadores da cena especializada.

     

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  • Poder Soul

    13 setembro 2021 – 17 setembro 2021

    Quarta-feira

    Cyril Ferguson

    Gonna build a nation

    Penn’s

    Compositor, guitarrista e cantor, Cyril Ferguson é uma das figuras de proa da revolução musical, operada na Grand Bahama, no prícipio dos anos 70, e patrocinada por Frank Penn.

    Nativo de Nassau, Penn mudou-se para a maior e menos povoada ilha do arquipélago, depois de se divorciar. Foi barbeiro, barman e carpinteiro, construi e, depois, geriu o Bamboo East, uma das mecas locais e, acabou por fundar o G.B.I. Recording Studio e a Penn’s e por dar voz a talentos como Jay Mitchell, The Mustangs ou Willpower, entre outros, para além de também ter tido um importante percurso artístico.

    A relação de Ferguson com Penn começou quando, em 1972, o guitarrista ganhou o prémio revelação no primeiro dos Music Maker of the Year Awards, instituídos pelo decisivo activista.

    Daí a estar a gravar nos G.B.I. foi um pequeno passo e Ferguson acabou por ter uma longa e importante carreira, que se reflectiu na gravação de cerca de uma dúzia de singles e Lps, a maioria dos quais sob o pseudónimo Dry Bread, através do qual já teve destaque aqui no Poder Soul.

    Gravado em 75, “Gonna build a nation” foi o único disco que lançou com o seu nome de baptismo e está entre os seus mais supremos momentos.

    Uma enorme e altamente politizada canção Funky Soul, que tendo sido banida das rádios das Bahamas pós-independência, por ser considerada inconveniente, acabou por se transformar num hino nos sectores menos ortodoxos da cena especializada.

     

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  • Poder Soul

    13 setembro 2021 – 17 setembro 2021

    Quinta-feira

    Taj Mahal

    Why did you have to desert me?

    Columbia

    Nascido Henry St. Claire Fredericks, Jr., no Harlem nova-iorquino, em 1942, Taj Mahal é um visionário e uma figura chave na fusão das várias disciplinas da música negra moderna com formas tradicionais das Caraíbas, de Africa, da Àsia ou das ilhas do sul do Pacífico.

    Filho de uma cantora Gospel e de um pianista Jazz, o cantor, multi-instrumentista e compositor, cresceu no meio da música e começou a aprender a tocar muito cedo, dominando instrumentos como os teclados, o clarinete, o trombone e harmónica, ainda na pré-adolescência, tendo-se dedicado, também, à guitarra, depois da trágica morte do seu pai e de se ter mudado para Springfield, no Massachusetts.

    Em 1964, depois de se formar, mudou-se para Los Angeles, iniciando o seu percurso artístico profissional, com The Rising Sons, grupo que fundou com Ry Cooder.

    Desde aí, gravou várias dezenas de sólidos Lps e singles, para além de ter colaborado com nomes incontornáveis como Captain Beefheart ou B.B. King, tendo deixado a sua inconfundível marca na história da música negra.

    Gravada em 74, como parte do alinhamento de “Mo’ Roots”, e cantada em Inglês e em Castelhano – “Why Did You Have To Desert Me?” – é uma das suas maiores contribuições para as pistas de dança.

     

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  • Poder Soul

    13 setembro 2021 – 17 setembro 2021

    Sexta-feira

    The McCrarys

    Love on a summer night

    Capitol

    The McCrarys foram um grupo formado pelos irmãos Alfred, Charity, Howard, Linda e Sam McCrary, em Youngstown, Ohio, no ínicio dos anos 70.

    Inicialmente fiel ao Gospel, o quinteto estreou-se em disco, em 72, com a gravação de um Lp para a Light, antes de trocar a música religiosa pela secular, no ano seguinte.

    Entre 73 e 82, os McCrarys gravaram mais cinco Lps e o dobro dos singles, primeiro o ultra-colecionável “Emerge”, para a Cats Eye, ainda no Ohio, e, depois, já em Los Angeles, para a Portait e para a Capitol, tendo assinado um par de hits e igual número de clássicos.

    Não sendo, nem de longe, nem de perto, o seu mais raro e cobiçado disco, até porque “Emerge” troca de mãos na casa do milhar – “Love on a summer night” – que foi gravado em 82 para “All night music”, o seu derradeiro álbum, e prensado em sete e doze polegadas, é, para mim, o seu mais especial momento.

    Uma autêntica obra-prima Modern Soul midtempo, com uma produção, uns arranjos e uma interpretação do outro mundo, que está entre a mais obrigatória música negra gravada naquela década.

     

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