-
Poder Soul
13 junho 2022 – 17 junho 2022
Segunda-feira
Eddie Holman
I surrender
Abc
Eddie Holman nasceu em Norfolk, na Virginia, em 1946, mas cresceu em Nova Iorque.
Aos dois anos começou a aprender a tocar piano e guitarra e aos dez vencia na Noite de Amadores, do mítico Apollo Theatre, para logo a seguir pisar palcos da Broadway e participar em “The Children Hour”, programa televisivo da NBC.
Depois de editar três singles, através da Leopard e da Ascot, mudou-se para Filadélfia, ainda teenager, onde viria a gravar os seus mais significativos discos.
Entre 1965 e 2007, gravou uma mão cheia de Lps e várias dezenas de singles, para marcas como a Parkway, a Don-El, a Abc, a GSF, a Salsoul ou a sua Agape, assinando vários hinos Soul, Disco e Gospel.
Gravado em 69, para a Abc, “I surrender” será o maior desses clássicos.
Uma verdadeira obra-prima Northern Soul, que está entre os mais incontornáveis temas do militante movimento britânico, que acabou de ter um “carro alegórico” no Júbileu da Raínha.
▶️ OUVIR
-
Poder Soul
13 junho 2022 – 17 junho 2022
Terça-feira
Little Della Humphrey
Don't make the good girls go bad
Arctic
Nascida em Miami, na Flórida, em 1953, Della Humphrey começou a sua carreira muito cedo, mas, não vendo ser cumprido o sonho de estrelato prometido pelo exemplo de Aretha Franklin, desistiu do seu percurso artístico com apenas vinte anos.
Entre 1968 e 72, gravou quatro singles: três para a Arctic, crucial independente fundada por Jimmy Bishop, então director de programas da WDAS Radio, em Filadéfia, também responsável pela Guyden, Jamie, Dionn ou Phil-La of Soul e um para a misteriosa Dreamland.
Composto por Clarence Reid, “Don’t make the good girls go bad” foi o seu sete-polegadas de estreia, gravado quando ainda frequentava a Edison Junior High, resultou da recusa da T.K., companhia para quem o histórico autor trabalhava, em editar a canção pela voz de um dos seus artistas e reservou-lhe um lugar na história.
Uma enorme canção Crossover, que teve bastante sucesso e lhe abriu as portas para uma carreira que acabou por não ter.
▶️ OUVIR
-
Poder Soul
13 junho 2022 – 17 junho 2022
Quarta-feira
Carl Bean + Universal Love
Something for nothing
Peacock
Depois de deixar a sua marca enquanto cantor, Carl Bean, entretanto ordenado Arcebispo, fundou a Unity Fellowship Church, uma congregação que se propunha acolher a comunidade LGBT afro-americana no seio da Igreja.
Nascido em Baltimore, no Maryland, em 1944, Carl cresceu entre a casa dos pais, ainda teenagers quando nasceu, e de um casal vizinho a quem chamava tios e que lhe proporcionou contacto com a música e o Civil Rights Movement e a sua formação no Baltimore City College, onde a sua homossexualidade se começou a exprimir, lado a lado com a sua vocação para cantar Gospel.
Aos 16 anos, mudou-se para Nova Iorque à procura de uma carreira no mundo da música religiosa e integrou os Gospel Wonders , de Calvin White, e os Alex Bradford Singers, antes de se fixar em Los Angeles, em 1972, onde viria a gravar um Lp e quatro singles, entre os quais o hino Disco, transformado em bandeira Gay – “I was born this way” – editado pela Motown, em 77.
Registado em 74, para a Peacock, na companhia dos Universal Love, “Something for nothing” é um dos temas de “All we need is love”, o seu único longa-duração e, não tendo o alcance da canção que o imortalizou, é, na minha opinião, o seu supremo momento.
Um tremendo tema Gospel Soul, temperado pelo mais futurista Funk, que soa hoje tão actual como quando foi editado.
▶️ OUVIR
-
Poder Soul
13 junho 2022 – 17 junho 2022
Quinta-feira
The Futures
Ain't no time fa nothing
Philadelphia International
Frank Washington, Kenny Crew, James e John King e Henry McGilberry formaram The Futures, em 1968, em Filadélfia.
O talentoso quinteto vocal iniciou o seu percurso discográfico dois anos depois, com a gravação do seu single de estreia para a Amjo, pequena independente que apenas prensou três sete-polegadas.
Entre 70 e 82, The Futures editaram três Lps e cerca de dezena e meia de singles, através da Gamble, da Buddah e da Philadelphia International, assinando um número apreciável de clássicos, que culminaram com a gravação de dois Graals Boogie, para a Warped, praticamente impossíveis de assegurar.
Gravado em 78, como parte de “Past, Present and The Futures”, o seu segundo longa-duração – “Ain’t no time fa nothing” – é, na minha opinião, o seu maior hino.
Um delicioso stepper, com uma produção, uns arranjos e uma interpretação estratosféricos, que está entre a melhor Soul que nos deram os anos 70.
▶️ OUVIR
-
Poder Soul
13 junho 2022 – 17 junho 2022
Sexta-feira
La Voyage
All nite affair
Trans A
Embora com outra designação, os artistas por detrás deste disco já foram alvo de destaque aqui no Poder Soul.
De facto, os irmãos Aaron, Al, Bem, Vince e Ronald Broomfield e Dee Dee Wilde, já ocuparam este espaço a propósito de “Doin’ it our way”, monstro Modern Soul, assinado enquanto Broomfield Corporate Jam.
Nativos de Vidalia, na Georgia, os irmãos fizeram carreira em Miami onde, depois de colaborarem com o império de Henry Stone, gravaram o seu primeiro single, em 1977.
Até os anos 90, acabariam por editar algumas dezenas de discos, como Broomfield Corporate Jam e La Voyage, fundar selos como Mountain ou Trans A, participar em projectos como Simplicious ou Today, Tomorrow, Forever e tentar aventuras a solo, entre as quais estão as bem-sucedidas carreiras de Dee Dee e de Eugene Wilde, pseudónimo de Ronald.
Gravado em 82, para a Trans A, “All nite affair”, foi editado em single e incluído no alinhamento do primeiro dos dois Lps que editaram enquanto La Voyage, e é um dos seus temas de maior culto.
Uma bomba Boogie, que rebenta com qualquer pista de dança, que tem sido uma arma de eleição entre os Djs referência do género e que, até na reedição em maxi de que foi alvo em 2011, é cobiçada pelos mais obstinados colecionadores.
▶️ OUVIR