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Poder Soul
11 – 15 de Abril
11 de Abril
Charles Simmons
Save the world
Hitsound (1969)
Mais um disco e um artista sobre os quais não existe qualquer informação.
Existem indícios de que Charles Simmons seria de Dayton ou de Middletown, no Ohio. E desconfia-se que os Ohio Majestics, que o acompanham neste disco, são uma primeira encarnação dos famosos Sun, que tanto êxito viriam a ter com o advento do Disco Sound.
Mas ficamos por aqui…
“Save the world” é o único sete-polegadas de Charles Simmons e da sua editora, a Hitsound, e um dos poucos singles norte-americanos a sair com capa.
Esta bomba Funk de forte consciência social, gravada em 69, permaneceu na obscuridade cerca de três décadas, até ser descoberta por Djs de referência como Dave Thorley ou Marc Forrest e ter provocado a loucura no meio dos colecionadores mais hardcore.
Hoje é um troféu que todos querem exibir e, apesar de terem sido descobertas algumas cópias, há cerca de 10 anos, troca de mãos sempre acima das quatro unidades.
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Poder Soul
11 – 15 de Abril
12 de Abril
King Tutt
You’ve got me hang up
Fun City (1979)
Apesar de, um ano mais tarde, King Tutt ter editado dois doze-polegadas para o império Disco de Henry Stone – a T.K. – “You’ve got me hang up” parece ter passado completamente despercebido nos Estados Unidos, quando saiu, em 79.
Esta obra-prima foi imediatamente abraçada pela cena Northern Soul britânica que, à custa da Blackpool Mecca, se tinha tornado sensível a musica sua contemporânea.
You’ve got me hang up” é o segundo de quarto singles editados pelo misterioso baterista de Alabama e saiu com a chancela do emblemático selo local, Fun City.
Nos últimos anos, com o advento da cultura Deep Disco, que aplica a ética Northern Soul – quanto mais raro, melhor – à mais independente música negra produzida na viragem dos 70 para os 80, esta irresistível canção assumiu um estatuto de culto.
A grande procura de que é alvo e a sua extrema raridade, levaram a B.B.E. a fazer uma re-edição, que também já é colecionável.
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Poder Soul
11 – 15 de Abril
13 de Abril
El Anthony
We’ve been in love too long
La-Cindy (1969)
Nada se sabe sobre El(drige) Anthony, para além de ser nativo de Gary, no Indiana, e de ter editado dois singles.
Certamente não ficou na sua terra natal, pois “We’ve been in love too long” foi editado pela pequena mas marcante editora de Chicago – La Cindy – que também nos deu discos chave de Ernest Mosley e Walter & The Admirations.
Gravada em 1969, esta é uma peça essencial da história da melhor Soul e, se tivesse saído através de um selo com mais alcance, estaria ao lado dos grandes clássicos de Curtis Mayfield e companhia.
Isso não aconteceu e “We’ve been in love too long” ficou condenada a transformar-se numa canção bandeira para o restrito círculo de colecionadores e aficionados da cena Soul.
Foi reeditada pela austríaca Record Shack, no ano passado, para que não fique apenas ao alcance de alguns.
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Poder Soul
11 – 15 de Abril
14 de Abril
Nat Hall
Why (I want to know)
Loop (1966)
Nat Hall gravou meia dúzia de singles, entre a segunda metade dos 60 e o fim dos 70, mas, mais uma vez, é escassa a informação sobre o artista.
Why (I want to know), foi editado em 66, pelo pequeno selo de Washington D.C., Loop Records.
Esta obra-prima terá saído da obscuridade nos anos 80 pelas mãos dos Djs que alimentaram as míticas noites de Stafford, histórico clube que manteve acesa a chama do Northern Soul, após o desaparecimento do Wigan Casino e da Blackpool Mecca.
Nos últimos anos, com o advento da tendência Rhythm & Soul nos clubes mais irrequietos, “Why” e o seu cruzamento único da arquitetura Soul com a profundidade Blues, tornou-se mais pertinente do que nunca.
Será esta a razão pela qual as escassas cópias originais são vendidas por números com três zeros e as bootlegs de que foi alvo, uma nos 80 e outra nos 90, são hoje raríssimas.
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Poder Soul
11 – 15 de Abril
15 de Abril
Little Tommy
Baby can’t you see
Sound of Soul (1966)
Little Tommy é Tyrone Thomas, um dos mentores de Wolfmoon e The Whole Darn Family, cujo clássico “Seven minutes of Funk” é um dos temas mais “samplados” da história. Foi também um dos colaboradores de Larry Saunders e de Alexander Randolph ou Mr. Wiggles no mítico álbum Free Angela.
“Baby can’t you see” foi gravado antes de tudo isso acontecer, mas já junta Little Tommy a Mr. Wiggles e à sua editora Sound of Soul, baseada em Richmond, na Virginia.
Esta pérola, que conta com os Upsetters de Little Richard como banda de suporte, é um dos mais cotados discos da cena Northern Soul. Uma enorme canção que incendeia pistas de dança há mais de três décadas e que é cobiçada por todos os Djs e colecionadores com um mínimo de brio.
Raramente troca de mãos, mas quando isso acontece é sempre na casa dos milhares.
Recentemente foi re-editada pela excelente Secret Stash, de Minneapolis, para irritação dos mais ortodoxos e jubilo dos comuns mortais.