• Poder Soul

    1 março 2021 – 5 março 2021

    Segunda-feira

    Butch Vaden + The Nite Sounds

    Harem girl

    Fortune

    Apesar de ser branco, Butch Vaden teve um importante papel nas cenas Rhythm + Blues e Soul de Detroit, na década de 60.

    Baterista de excepção, foi músico de sessão da incontornável Fortune Records, editora fundada por Jack e Devora Brown, em 1946, e que nos deu discos decisivos de nomes como Doctor Ross, Nolan Stong, Nathaniel Mayer, Andre Williams ou Arthur Grisworld.

    Gravado, em 1963, na companhia dos Nite Sounds, grupo que formou com Melvin Davis, Steve Mancha e Tony Newton – “Harem girl” – foi o único disco que assinou como líder de orquestra.

    Um explosivo instrumental, que funde de forma genial Rhythm + Blues, Rock’n’Roll e Soul, destroi qualquer pista de dança, transformou-se num ultra-cobiçado e valioso tesouro, para os mais abastados djs e colecionadores da cena Mod, e foi alvo de uma reprensagem pirata, em 2012.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    1 março 2021 – 5 março 2021

    Terça-feira

    The Royal Esquires

    Ain’t gonna run

    Prix

    Kenny Latham, David Mahan, Rondal Davis e James “Chuckie” Littleton formaram os quarteto vocal The Royal Esquires, nos corredores da South High School de Columbus, no Ohio, a meio da década de 60.

    Depois de se juntarem aos Soul Partners, banda de Ron Fathing e dos irmãos Jay, Billy e Roscoe Almon, começaram a tocar no circuíto de clubes nocturnos da cidade, com o seu talentoso suporte instrumental, acabando por serem contratados por Clem Price, para a Prix Records, independente que este havia criado com George Beter, que tinha os estudios Harmonic Sounds como base e que nos viria a dar gravações referência de herois locais, como Marion Black ou Eddie Ray.

    Acabaram por apenas editar um sete-polegadas, em 1969, disco que não veriam ser promovido, por terem sido todos recrutados para diferentes zonas da Guerra do Vietnam, acabando por se separar.

     “Ain’t gonna run” garantiu-lhes um lugar na história, ao se transformar num absoluto clássico da cena Northern Soul.

    Uma grande canção, com um Groove de raíz Funk a servir de base a umas belas harmonias vocais, tão em voga nesta altura, que sendo rara e bastante inacessível no seu formato original, foi reprensada, em 2004, num single de apresentação da colectânea Soul Function, incluída na recolha da Prix, feita pela Numero Group, na série Eccentric Soul e, por fim, escolhida para a banda sonora do filme “Northern Soul”.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    1 março 2021 – 5 março 2021

    Quarta-feira

    The 13th Amendment

    The stretch

    Slave

    Formados na viragem dos 60 para os 70, em Baton Rouge, no Louisiana, por Mose e Greg Williams, Nolan Smith, Robert Wesley, Butch Lucas, Reginald Parrish, Kemp Thomas, Woody Douglas, Norman Veals e Lamont Growe, os 13th Amendment tiveram um tremendo impacto local, encheram palcos num raio que ia de New Orleans a Houston, passando por Mobile ou Memphis, partilharam a agência de Aretha Franklin e de Sammy Davis Jr. e estavam a um passo de conseguirem ter alcance nacional, quando se separaram, em 1972, por perceberem que estavam a ser “roubados” pelos seus representantes.

    Talvez por isso apenas nos tenham deixado dois singles, ambos editados em 71.

    “The stretch” é o lado B do double-sider que marcou a sua estreia, através da Slave, marca que criaram para o efeito, e é a sua grande contribuição para as pistas de dança.

    Um enorme instrumental Funk midtempo, com doses certas de psicadelismo, que foi composto em estúdio, quando a banda fazia o aquecimento da secção de sopros, que trocando de mãos à volta do meio milhar, no seu formato original, foi alvo de bootleging em 2002 e incluído na maravilhosa caixa da Numero Group – “Eccentric Soul: Omnibus vol.1!.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    1 março 2021 – 5 março 2021

    Quinta-feira

    Julius Brokington + The Magic Force

    This feeling (Freedom) Part 1

    Burman

    Julius Brokington nasceu em Pumphrey, nos arredores de Baltimore, no estado de Maryland.

    Ainda no liceu, conseguiu dominar instrumentos tão diversos como a bateria, o saxofone e o piano, competências que o fizeram percorrer todo o país, com o grupo local We Four Trio, mas viria a ser como teclista, compositor e produtor que deixaria a sua marca.

    No início da década de 70, começou a colaborar com a Today, decisiva subsidiária da Percepcion Records, parcialmente dirigida pelo genial Patrick Adams, arrancando para um percurso que se viria a reflectir em sete Lps e perto de uma dezena de singles, a solo e enquanto The Brockingtons ou The Julius Brockington Ensemble.

    Gravado em 74, para a independente de Baltimore, Burman, na companhia dos Magic Force – “This feeling (Freedom)” – apenas foi prensado em sete-polegadas e é, para mim, o mais marcante dos vários belos temas que nos deixou.

    Uma imensa canção Funky Soul, com uma produção e uns arranjos algo futuristas, que se tornou num clássico incontornável da cena Rare Groove e foi samplada pelos Jurassic Five, em “Power in numbers”.

     

    ▶️ OUVIR

  • Poder Soul

    1 março 2021 – 5 março 2021

    Sexta-feira

    Majestics

    Key to love (is understanding)

    New World

    Formados nos anos 60, em Milwawkee, por Tony Washington e Donny Cooper, os Majestics mantêm-se, ainda hoje, em actividade, com as inevitáveis alterações de um line-up, que continua a ser liderado pelos dois velhos amigos.

    Apesar destas mais de cinco décadas de constante presença nos palcos locais e do estatuto de culto de que goza, a banda apenas gravou um single em toda a sua carreira.

    Ainda assim, este sete-polegadas editado pela New World Records, decisiva independente daquela cidade do estado de Wisconsin, que foi responsável pelo lançamento de discos altamente colecionáveis de nomes como os Lo-End ou os Brothers by Choice, ficou na história por ser a primeira gravação Rap local.

    Registado em 1982, “Key to love (is understanding)” é o lado B desse single e, não tendo a relevância histórica de “Class A”, o excelente tema proto-Hip Hop que está na face oposta, é, na minha opinião, o seu momento supremo.

    Uma verdadeira obra-prima Sweet Soul, que já havia sido reprensada pela Soul Jazz, em 2018, mas que ganhou o alcance que merece, no ano passado, quando foi alvo de uma versão dos BADBADNOTGOOD, editada pela Light in the Attic, ao lado do seu take original.

     

    ▶️ OUVIR