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Tremor [ESGOTADO]

O festival açoriano Tremor regressa a São Miguel entre 28 de março e 1 de abril, com o apoio da Antena 3.

Avalanche Kaito, Divide And Dissolve, Filipe Furtado, Grove, Marina Herlop, Owen Pallett, Penelope Isles, Pongo, Tramhaus E Za! & Perrate estão confirmados para o Tremor 2023, que assinala a sua décima edição do festival.

O anúncio de hoje completa-se ainda com o regresso dos catalães ZA!, o cantautor andaluz Perrate, um dos músicos que tem vindo a abrir o espaço sonoro do flamenco, adicionando-lhe influências do reggae, bolero ou rock, o post-punk dos Tramhaus, o indie-dream pop-rock dos Penelope Isles, a celebração da vida noturna negra queer de Grove e o açoriano Filipe Furtado.

Angel Bat Dawid, Bia Maria, Ela Minus, Fado Bicha, Flipping Candy, III Considered e Vaiapraia estavam já convocados para a edição de 2023.

Os bilhetes para o Tremor 2023 estão à venda nos locais habituais, bilheteira online ou diretamente na La Bamba Bazar Store, em Ponta Delgada.

Owen Pallett começou a tocar violino aos três anos de idade, tendo composto a sua primeira ópera ainda no Ensino Secundário. Presença assídua na cena musical independente de Toronto, Pallett colaborou com vários artistas, incluindo Jim Guthrie, The National ou Arcade Fire. Paralelamente, manteve-se ativo enquanto compositor: entre 2005 e 2009, Pallett gravou dois discos enquanto Final Fantasy, tendo, a partir de 2010, libertado três discos em nome próprio: Heartland, In Conflict e Island.

Pongo nasceu em Angola, tendo-se mudado com a família para Lisboa aos oito anos. De lá trouxe as experiências de infância e as memórias de uma dança e uma música sempre presentes: Kuduro, zouk antilhano, semba e demais sonoridades que reencontrou na cena kuduro portuguesa, dançando e cantando em concertos de bairro na zona de Queluz. Daí não tardaria a fazer-se notar pelos Buraka Som Sistema, tendo dado voz à seminal Wegue Wegue. Em 2010, Pongo aventura-se a solo, partindo das suas influências e cruzando-as com os ritmos partilhados com a sua geração (EDM, bass music, dancehall e variantes pop). É hoje uma das mais promissoras novas artistas da cena nacional.

Marina Herlop é frequentemente descrita como uma pianista, herança inevitável da sua formação clássica. No entanto, aquilo que mais impressiona na sua obra são as intrincadas artimanhas que aplica ao uso da voz, traçando agrupamentos rítmicos em torno de subtis composições musicais, com recurso a uma técnica inspirada na música carnática do sul da Índia. Pripyat, o seu primeiro disco produzido com recurso a computador, serve-se da bateria electrónica, das linhas de baixo e da riqueza de efeitos de produção para produzir um espaço sonoro denso e profundamente emocional.

Desde as primeiras canções de protesto que vieram da ocupação violenta de Turtle Island (os chamados Estados Unidos), através da luta da música punk contra o sistema, a arte sempre esteve na vanguarda da mudança social. Mesmo assim, poucas bandas usam a sua voz e esta plataforma de forma tão poderosa quanto as Divide and Dissolve. Espelhando a potência impetuosa e esmagadora da sua dinâmica música drone, Takiaya Reed e Sylvie Nehill carregam a sua luta (e dos seus antecessores) contra a opressão sistémica, na defesa de um futuro livre para a comunidade negra e da soberania Indígena.

Em 2018, um griot (nome dado, na África Ocidental, àqueles que têm por vocação preservar e transmitir as histórias, conhecimentos, canções e mitos do seu povo) do Burkina Faso conheceu a dupla de pós-punk noise de Bruxelas Le jour du seigneur. Um encontro num mundo de viajantes que abriu as portas para a construção de um novo espaço de conhecimento onde se juntam saberes de diferentes latitudes. Desde então têm vindo a desenvolver um universo único entre experimentações sem rede e incríveis grooves pós-modernos. Os Avalanche Kaito estreiam-se nos Açores à boleia do homónimo disco de estreia lançado em junho de 2022.