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NOMA Azores 2021

São oito, os filmes que competem pelos dois prémios principais da primeira edição do NOMA Azores — Festival Internacional de Cinema de Direitos Humanos, a decorrer no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, entre 27 e 31 de julho, com o apoio da Antena 3.

Uma seleção que integra quatro filmes produzidos em solo português e quatro vindos de outras paragens, num desenho de programação que chama a atenção para o lugar das mulheres nas sociedades contemporâneas, traça os caminhos de diferentes passados coloniais com impactos que resistem até aos dias de hoje e revela novas histórias em ebulição por entre as nossas cidades.

Comecemos por Lisboa e o seu cenário musical emergente num documentário que percorre as jornadas, histórias e influências de diferentes músicos a habitarem a cidade. A Batida de Lisboa, de Rita Maia e Vasco Viana, é exibido a 29 de julho, pelas 21h30. Daí para uma aldeia remota de Portugal, onde Paulo Carneiro tenta traçar a vida e histórias da sua avó, por entre testemunhos de todos os que com ela privaram. Bostofrio passa no Teatro Micaelense a 28 de julho, pelas 21h30. Chico Rei entre Nós, filme brasileiro, parte da história do rei congolês com o mesmo nome para explorar os diversos ecos da escravidão brasileira na vida dos negros de hoje. É exibido às 21h30 de 27 de julho. As tensões e os encontros dentro da comunidade cigana são o ponto de partida para Como el Viento, filme espanhol que nos apresenta Mara, uma mulher crioula que se torna cigana. Passa no dia 29 de julho, pelas 19h. Por terras da Nova Guiné, uma ode poética à sede indelével de um povo por liberdade, cultura e soberania em Ophir, exibido no dia 30 de julho, pelas 21h30. Voltamos a solo português e a um filme estreado há pouco nos cinemas: Prazer, Camaradas!, uma longa-metragem pós-revolução do 25 de Abril em que se debate o direito das mulheres ao prazer sexual. Exibido a 27 de julho, pelas 19h. Em Other Conviction, de Juan Manuel Repetto, Sebastian leva-nos pelo dia-a-dia de uma casa de correção, levantando questões sobre os direitos infantis e as políticas de reintegração social. Passa a 28 de julho, pelas 19h. A fechar a lista de selecionados, Visões do Império, onde revemos historicamente a forma como o império português foi imaginado, documentado e publicitado até à revolução que, em 1974, pôs fim ao regime político autoritário que governava Portugal. Exibido a 30 de julho, pelas 19h.

A estes filmes, junta-se o já anunciado programa não competitivo de curtas-metragens (Tahiti e La chambre, de Latifa Said, e Novos Vizinhos: Um Só Deus, de Bruno Correia) e o ciclo de conversas com a atriz Ana Lopes, a ativista Carolina Brito e o realizador e produtor Filipe Tavares.

Os filmes que integram a Competição Internacional do NOMA concorrem aos prémios de Melhor Longa-Metragem, Melhor Longa-Metragem Portuguesa e Prémio do Público. O júri que decide os vencedores é composto por Ana Margarida Cunha Silva, Diogo Lima, Eduardo Leal, Joana de Sousa e Salomé Lamas.

Promovido pela Câmara Municipal de Ponta Delgada, o NOMA Azores “é a expressão do compromisso público e político de Ponta Delgada com a problemática dos Direitos Humanos em todas as suas dimensões e, sobretudo, com a identificação dos mecanismos e sistemas de promoção de direitos e liberdades que, não obstante estarem legalmente salvaguardados e dos progressos alcançados, são ainda hoje repetida e reiteradamente violados”. De acordo com a organização, “a resistência em fazer cumprir a Declaração Universal dos Direitos do Homem leva a que Ponta Delgada, território inclusivo e enriquecido pela sua diversidade cultural, assuma, através do NOMA Azores, a centralidade do encontro entre homens e mulheres; entre cidades e países; entre instituições e organizações, para questionar, refletir e apontar caminhos para uma empenhada e efetiva promoção e proteção dos Direitos Humanos”.