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KINO – Mostra de Cinema de Expressão Alemã

Em 2023, a KINO celebra o seu vigésimo aniversário. De 2 a 18 de fevereiro, a Mostra de Cinema de Expressão Alemã do Goethe-Institut Portugal apresenta-se em Lisboa, com o apoio da 3

A primeira semana terá lugar no Cinema São Jorge, como é habitual, e a segunda semana, na Cinemateca Portuguesa. As comemorações de duas décadas de existência trazem muitas novidades e uma delas começa já em janeiro: o KINO Warm-Up que – durante todo o mês – disponibiliza gratuitamente 19 filmes da jovem produção cinematográfica alemã dos últimos 20 anos na plataforma de streaming Goethe On Demand.De 2 a 8 de fevereiro, a programação principal da KINO – Mostra de Cinema de Expressão Alemã pode ser vista no Cinema São Jorge, sob o tema Novos Começos (“Neuanfänge” em alemão). Os 15 filmes aí apresentados têm em comum essa ideia de “começar de novo”, quer seja após uma fatalidade, trauma ou despedida, quer seja através de uma mudança, de uma possibilidade criada por novos impulsos ou formas de estar na sociedade, ou através de um desejo ou esperança. Para além disso, a KINO volta a apostar numa maioria de filmes realizados por mulheres e na apresentação de primeiras obras. Os filmes dividem-se nas três secções habituais: Visões, dedicada às grandes obras cinematográficas recentes, Perspetivas, que se debruça sobre os primeiros trabalhos de realização e Realidades, onde cabem documentários como o já anunciado filme da sessão de abertura, Quando a primavera chegou a Bucha, e muitos outros a não perder.

Na secção Visões encontram-se filmes como Home, a estreia no papel de realizadora da conhecida atriz Franka Potente, com Kathy Bates e Jake McLaughling; Córtex, outra estreia na realização de um ator, Moritz Bleibtreu, num thriller reminiscente dos filmes de Christopher Nolan; o clássico de culto Corre, Lola, corre de Tom Tykwer com – precisamente – Franka Potente e Moritz Bleibtreu nos papéis principais, apresentado numa sessão especial em 35mm; e mais três filmes de inegável originalidade e qualidade: Até podíamos estar mortos, de Natalia Sinelnikova, uma sátira distópica visualmente deslumbrante e admiravelmente hábil que trata do medo e ódio social; Os comuns, de Sophie Linnenbaum, outra sátira social marcante e comovente num mundo cinematográfico de fantasia; e Raparigas dos escombros, de Oliver Kracht, que conta através de imagens intensas e extraordinárias a história do auto-empoderamento de jovens mulheres tendo como cenário as ruínas da Segunda Guerra Mundial.A secção Perspetivas destaca filmes de estreia como Nico, de Eline Gehring, filme forte e encorajador sobre a jovem berlinense Nico que tenta lidar com o trauma de um ataque xenófobo; Geração sem compromissos, de Helena Hufnagel, uma comédia que aborda o tema do amor na era do Tinder; Sobre a morte da minha mãe, de Jessica Krummacher, que nos fala terna e honestamente de “deixar ir” um ente querido; Os anos dourados, de Barbara Kulcsar, filme suíço sobre o encontro de um casal nos anos da reforma e o amor na velhice; Sonne, de Kurdwin Ayub, um filme austríaco sobre três raparigas de Viena que tentam equilibrar-se numa linha ténue entre apropriação e apreciação cultural cantando música pop enquanto usam o hijab; e Framboesas com mostarda, de Ruth Olshan, uma coprodução luxemburguesa repleta de criatividade, para toda a família.

Na secção Realidades, o filme de abertura da KINO 2023, Quando a primavera chegou a Bucha, é um esperançoso documentário da realizadora ucraniana Mila Teshaeiva e do vencedor do prémio do público da KINO 2021, Marcus Lenz, que segue os habitantes de Bucha, na Ucrânia, enquanto refazem a sua vida na cidade que, em abril de 2022, se tornou um símbolo dos crimes de guerra russos; As insubmissas, de Törsten Körner, conta a história das mulheres da República de Bona, autênticas pioneiras na luta pela sua participação nos processos de decisão democráticos, enquanto expostas a preconceitos e discriminação sexual; e Mutzenbacher, da conhecida Ruth Beckermann, apresenta, de forma provocadora, as reflexões de um grupo de homens sobre erotismo, sexualidade e moral.De 9 a 18 de fevereiro, a KINO – Mostra de Cinema de Expressão Alemã muda de poiso e continua, agora na Cinemateca Portuguesa, com um programa especial no qual serão apresentados filmes alemães que se debruçam sobre o cinema alemão. Foco – História(s) do Cinema Alemão trata, por exemplo, do amor pelo cinema (Olhos nos olhos – Uma história do cinema alemão) ou pelas salas de exibição (66 Cinemas), das suas raízes e fundadores (Um truque de luz e Vem comigo ao cinema – Os Gregors), de filmes que queriam ser mais do que isso (De Caligari a Hitler e Hitlers Hollywood), e, no fundo, da procura de uma identidade através da sétima arte.

Nos dias 11 e 18 de fevereiro, a Biblioteca do Goethe-Institut em Lisboa recebe uma Oficina para Famílias: “Irmãs Grimm” debruça-se sobre os contos tradicionais e, em conjunto com as crianças, reescreve os papéis destinados às mulheres nessas histórias. Nesta edição, a KINO – Mostra de Cinema de Expressão Alemã estende-se pela primeira vez ao sul de Portugal, com apresentações de 9 a 11 de fevereiro na Biblioteca Municipal de Lagos, e segue depois para o Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, a 14 e 15 de fevereiro, e para a Casa das Artes do Porto de 2 a 23 de março. E porque 20 anos são dignos de celebração, a 8 de fevereiro, no último dia de exibição no Cinema São Jorge, em Lisboa, e após a sessão de encerramento, haverá ainda uma festa com música e animação pela noite fora.Horários das sessões e informações sobre bilheteira na página da KINO.