HOJE, DIA 15 MARÇO, ASSINALA-SE O DIA MUNDIAL DO SONO
 

No dia 15 de março celebra-se o Dia Mundial do Sono, uma data promovida pela World Sleep Society com o objetivo de alertar para os benefícios do sono e sensibilizar para o impacto das perturbações a este nível. Isto porque, ter uma noite bem dormida, não é uma realidade para grande parte da população que, infelizmente, sofre de distúrbios de sono – perturbações que afetam a capacidade para adormecer ou dormir de forma contínua – ou mesmo de insónia crónica. 

Estima-se que aproximadamente 50% da população já teve um episódio de insónia aguda, um dos distúrbios de sono mais comuns, situação com verdadeiro impacto, físico e psicológico na nossa saúde associando-se a um risco cardiovascular aumentado. 

Analisar um sono de qualidade é mais complexo do que parece, havendo vários fatores a ser avaliados e que muitas vezes nos passam ao lado. É importante analisar a qualidade do sono (mais do que a quantidade de horas que dormimos), onde dormimos, a forma como nos sentimos quando acordamos, se sofremos de dores de cabeça ou se registamos alterações de humor. 

Mas qual o verdadeiro impacto, físico e psicológico, de uma noite mal dormida na nossa saúde? 

Recebemos na Nossa Tarde  o testemunho de Luís Miguel  Galvão, 52 anos, professor.  A história do Luís é um bom exemplo de uma pessoa que, perante as noites agitadas, com paragens respiratórias e dias sonolentos, não negligenciou os sintomas e procurou ajuda médica, podendo ajudar muitas outras pessoas a encarar positivamente o tratamento que seja necessário e a melhorar a sua qualidade de vida. 

Diagnosticado há sete anos com Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), Luís Galvão relata a sua adaptação e as melhorias sentidas com o tratamento por Pressão Positiva Contínua na Via Aérea (CPAP) 

Depois de várias paragens respiratórias durante o sono – em que “acordava repentinamente e imediatamente me levantava como se tivesse uma mola e ficava durante mais ou menos um minuto a tentar respirar” – Luís decidiu procurar ajuda médica para perceber qual seria o seu problema. A sua companheira, que se queixava de ele ressonar muito, também ajudou a que Luís procurasse ajuda. Foi à médica de família, que o reencaminhou para a especialidade que precisava. 

E foi assim, depois  de ver a sua  sintomatologia agravada, que Luís descobriu que sofre de Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), um distúrbio do sono do foro respiratório, que se carateriza por uma obstrução ao nível das vias aéreas superiores durante o sono. 

Face a este diagnóstico, o tratamento prescrito foi o mais comum para SAOS moderada a grave, através da Pressão Positiva Contínua na Via Aérea (CPAP).  Trata-se de um equipamento médico que funciona através do envio de uma pressão positiva contínua para as vias aéreas, por forma a mantê-las abertas e evitar o seu colapso e, por consequência, episódios de apneia, impedindo o encerramento das vias aéreas durante o sono e aumentando a pressão de ar na garganta. 

De acordo com o paciente, “a adaptação [ao CPAP] foi muito rápida. Diria que de cerca de uma semana… usando uma frase cliché, ‘primeiro estranha-se e depois entranha-se’. No início, claro que era uma ‘coisa’ estranha que estava ali na minha cara, acordava algumas vezes durante a noite, mas rapidamente também adormecia, até que acabei por me adaptar e deixei de acordar e dormia descansado toda a noite”. 

Questionado sobre quais as principais melhorias que detetou em termos de saúde e qualidade de vida após o início do tratamento com CPAP, Luís Galvão destaca o fator da sonolência diurna excessiva (SDE). “Deixei de sentir tanto sono durante o dia e essa foi a principal melhoria. Antes do CPAP, podia dormir 10h numa noite, mas depois durante o dia andava tipo ‘zombie’, cheio de sono. Conduzir era um problema, principalmente em viagens mais longas… Cheguei a apanhar alguns sustos!”. 

Saiba mais em:
Sociedade Portuguesa de Pneumologia