Quem disse que escrever para cinema e televisão era fácil?
Tiago Santos, guionista e parceiro de António-Pedro Vasconcelos, dirigiu-se à Academia da RTP para falar-nos um pouco sobre a sua experiência enquanto guionista em Portugal, especialmente quanto à sua participação no aclamado filme “Os Gatos Não Têm Vertigens” (2014). Ficámos a conhecer um pouco sobre a realidade e os constrangimentos desta profissão, mas também alguns conselhos sobre métodos de construção de guiões de ficção e ainda esta necessidade básica de se contarem histórias para uma audiência global.
“O guionista tem um trabalho injusto”, afirmou Tiago, submetendo-se constantemente aos desejos do realizador e do produtor naquilo que é a construção de uma obra audiovisual para cinema ou televisão. Contudo, o guionista não pode descartar todo e qualquer desejo pessoal que pretenda ver respeitado no guião, apesar de ser um trabalho ingrato, mas ao mesmo tempo enriquecedor. Ao longo do seu percurso, Tiago Santos aprendeu a respeitar e a colaborar com as pessoas com quem trabalha, até porque estes são alguns dos objectivos que concorrem para o resultado frutífero da obra final, tendo-nos deixado uma realidade de um país com “poucos guionistas”, mas com muito talento por descobrir.
“Quem é que daqui quer ser guionista?”, rematou. Apesar de poucos terem sido os audazes a responder afirmativamente, tenho a certeza que Tiago Santos conquistou muitos admiradores na Academia pela maneira tão descontraída e eficaz como abordou o assunto da Masterclass. Da nossa parte enquanto academistas, Obrigado!

Mauro Gomes, academista