“Dói-me o País”, de António Avelar de Pinho, faz parte da 2.ª semifinal do Festival da Canção 2020.
Autor Convidado: António Avelar de Pinho
Canção: “Dói-me o País”
Intérprete: Luiz Caracol e Gus Liberdade
Música: Luiz Caracol
Letra: António Avelar de Pinho
Dói-me o país
Antes me doesse um dente
Para o tirar de raiz
Mesmo sem anestesia
De certeza que doía
Mas passava certamente
Dói-me a valer
Que dor brava e renitente
Nada fácil de curar
Nos exames que já fiz
Não se vê nada ao raio X
Nem há meio disto passar
Dói-me mais do que pensei
Da cabeça até aos pés
Dói-me pelo corpo todo
E temo que deste modo
Vá chegar a minha vez
Dói-me o país
Antes me fosse indiferente
Para me ver mais feliz
Assim causa inflamação
E uma forte irritação
De que sofre muita gente
Dói-me a valer
Que dor brava e renitente
Nada fácil de curar
Nos exames que já fiz
Não se vê nada ao raio X
Nem há meio disto passar
Dói-me mais do que pensei
Da cabeça até aos pés
Dói-me pelo corpo todo
E temo que deste modo
Vá chegar a minha vez… Vá chegar…
Será coluna “serviçal”?…Postura errada e pouco vertical?…
Poderá ser “d’alombar” e de tanto se vergar a dor já não leva sumiço… Eu acho que pode ser disso… Ou mesmo do serviço que te pisa e pesa como um raio… Às tantas é feitiço que se tece e nisso é que eu não caio… Abril já se foi e nunca mais é Maio… Dorme mal e ganha pouco… Não é boato, o que se diz… Ao infeliz dão louvor e abraço…mas é alívio escasso “prá dor de país”
Dói-me mais do que pensei
Da cabeça até aos pés
Dói-me pelo corpo todo
E temo que deste modo
Vá chegar a minha vez
Vá chegar a minha vez
Vá chegar a tua vez.