António de Medeiros e Almeida pagou uma fortuna por um disputadíssimo autorretrato de Rembrandt e recebeu um retrato de Rembrandt por um discípulo do mestre cujo nome não se conhece. Foi enganado? Não. Quando o colecionador comprou o retrato, todo o universo da história e da crítica de arte estava genuinamente convencido da autoria do retrato. Só há cerca de dez anos, uma investigação, equipada com novos métodos e técnicas, veio afirmar que o retrato é da oficina de Rembrandt mas não do seu punho. Acontece. Acontece sobretudo quando o colecionador “dispara” tanto (a coleção tem nove mil peças) e em tantas direções como fez Medeiros e Almeida. Ainda bem que já cá não estava para encaixar a deceção.