O Dr. João Ramos ensina tudo o que precisa de saber para ter um envelhecimento ativo: como aproveitar os tempos livres, evitar a solidão e viver com saúde, participação e segurança.
Tempos Livres
O tempo livre que caracteriza a terceira idade pode e deve ser utilizado da melhor forma, para que tanto o corpo como o espírito se mantenham ativos. Apesar de a família representar uma fonte de relacionamento seguro, os seniores apreciam os contactos sociais com amigos da mesma idade. Assim se explica o interesse por diversas atividades que implicam o relacionamento interpessoal, como, por exemplo, as danças de salão.
Por seu turno, desportos como a hidroginástica, o ioga e a ginástica são especialmente preparados para atenuar as dores e para manter os músculos ativos, sem esquecer as limitações e as fragilidades que, muitas vezes, surgem nesta idade. Os homens interessam-se muito pelos jogos de cartas, snooker, dominó e xadrez. Assim, conseguem interagir socialmente, ao mesmo tempo que mantêm o cérebro ativo, estimulando a rapidez de raciocínio.
São também boas oportunidades para conversar sobre os mais variados assuntos com os seus pares. Os passeios e as excursões constituem outra forma divertida e produtiva de conhecer locais que ainda não tinha havido oportunidade de visitar. Além do que já referimos, é também nesta idade que, muitas vezes, se descobrem talentos e interesses até então ignorados.
Evitar a solidão
Solidão procura solidão e, quanto mais uma pessoa se isola, à medida que o tempo vai passando, mais isolada quer estar. O número de pessoas que vivem sozinhas, sem família ou companheiro(a) é cada vez maior nas grandes cidades da Europa e da América. Segundo alguns psicólogos, este grupo está mais exposto a sofrer de doenças físicas e psíquicas, o seu sistema imunológico mostra-se menos estável, menos forte e mais propício a contrair doenças crónicas.
A Organização Mundial da Saúde define Envelhecimento Ativo como o processo de otimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança, para melhorar a qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem.
Saúde, participação e segurança
Os três pilares fundamentais do envelhecimento ativo são a saúde, a participação e a segurança. Sendo que sem saúde é mais difícil participar, a falta de participação, envolvimento e reconhecimento social prejudicam a saúde e favorecem a depressão, o isolamento e a doença e a proteção e segurança são fundamentais, na prevenção dos acidentes, quedas e fraturas, na prevenção do abuso, da violência e do mau trato e da desconsideração, abandono e marginalização de que muitas pessoas infelizmente ainda são vítimas, com consequências devastadoras na sua saúde, autoestima e auto realização.
Esta é a altura ideal para agarrar novas oportunidades e abraçar novos papéis sociais. Há idosos que se dedicam ao voluntariado ou que investem em formação. Todas estas atividades ajudam o sénior a sentir-se útil na sociedade, para além do contributo positivo que os mais velhos representam para a economia.
São considerados idosos aqueles indivíduos que estiverem com idade acima de 60 anos, para países em desenvolvimento e 65 anos, para países desenvolvidos. Pois, é a partir desta idade que os órgãos vão ficando mais frágeis, com mais facilidade para adquirir doenças devido à gradual perda da capacidade funcional. Por isso, nessa época da vida, é importante focar a prevenção, pois nem sempre o paciente irá manifestar sintomas de doença. A Geriatria vem se consolidando como especialidade médica, independente das outras especialidades clínicas. É consagrado, hoje, que o organismo do idoso apresenta características próprias, diferentes das de um adulto.