A tiroide é uma pequena glândula que mede cerca de 5cm de diâmetro situada no pescoço sob a pele e por baixo da maçã-de-adão. As duas metades (lobos) da glândula estão ligadas na parte central, de tal maneira que parecem a letra H ou um nó de lacinho. Normalmente a glândula tiroide não se consegue ver e mal se pode palpar. Só no caso de aumentar de volume pode o médico apalpá-la facilmente como uma protuberância proeminente (bócio) que aparece por baixo ou aos lados da maçã-de-adão.
A glândula tiroide segrega as hormonas tiróideas, que controlam a velocidade das funções químicas do corpo (velocidade metabólica). As hormonas da tiroide têm dois efeitos sobre o metabolismo; estimular quase todos os tecidos do corpo a produzir proteínas e aumentar a quantidade de oxigénio que as células utilizam. Quando as células trabalham mais intensamente, os órgãos do corpo trabalham mais depressa.
Para produzir hormonas tiróideas, a glândula tiroide precisa de iodo, um elemento que os alimentos e a água contêm. Esta glândula concentra o iodo e processa-o no seu interior. Quando as hormonas tiróideas se consomem, um pouco do iodo contido nas hormonas volta à glândula tiroide e é reciclado para produzir mais hormonas.
As hormonas da tiróide encontram-se em duas formas. A tiroxina (T4), que é a forma produzida na glândula tiróide, tem apenas um efeito ligeiro na aceleração da velocidade dos processos metabólicos do corpo. A tiroxina converte-se no fígado e outros órgãos numa forma metabolicamente activa, a triiodotironina (T3). Esta conversão produz aproximadamente 80 % da forma activa da hormona; os 20 % restantes são produzidos e segregados pela mesma glândula tiróide. Para que a glândula tiróide funcione normalmente, é necessário que muitos factores actuem muito estreitamente: o hipotálamo, a hipófise, as proteínas transportadoras de hormona tiróidea (do sangue) e a conversão, no fígado e nos outros tecidos, de T4 a T3.

O que é a Tiróide?
A Tiroide é uma glândula situada na base do pescoço imediatamente abaixo da “maçã-de-adão” e é constituída por dois lobos unidos por uma parte central chamada istmo.

Qual a função da Tiróide?
Produz e liberta para a circulação sanguínea duas hormonas: a triiodotironina (T3) e a tetraiodotironina (T4 ou tiroxina).

Qual a importância das hormonas tiroideias?
Estas hormonas são essenciais para o normal funcionamento do nosso organismo, nomeadamente através do controlo/velocidade do metabolismo das nossas células. Por esse facto são essenciais no crescimento e desenvolvimento do organismo, regulam a temperatura corporal, a frequência cardíaca e tensão arterial, o funcionamento dos intestinos, o controlo do peso, dos nossos estados de humor, entre outras variadíssimas funções.

Como é feita a regulação do seu funcionamento?
A sua atividade é regulada por outras hormonas produzidas pela hipófise e pelo hipotálamo (glândulas localizadas no cérebro) que detectam os níveis sanguíneos das hormonas tiroideias e assim estimulam a glândula tiroideia a segregar mais ou menos hormonas consoante a necessidade. Assim se os níveis de T3 e T4 forem baixos, o hipotálamo “avisa” a hipófise, que liberta a TSH (hormona estimulante da tiróide), a qual irá actuar a nível da tiróide para que esta produza mais hormonas de forma a restabelecer os níveis normais.
Pelo contrário, se os níveis de T3 e T4 no sangue forem excessivos, o hipotálamo alerta a hipófise a secretar menos TSH e logo a tiróide irá produzir menos hormonas, isto é um mecanismo controlo de “feed-back” entre o hipotálamo-hipofise-tiroide (Fig. nº2).

Como se avalia a função tiroideia?
O Médico avalia os sintomas/sintomas que o doente apresenta, por exemplo:
Alterações do humor, alterações na intolerância à temperatura, frequência cardíaca elevada, alterações do peso, irregularidades do ciclo menstrual, entre outros. Em segundo lugar através de analises sanguíneas, que detectam os níveis de hormonas na corrente sanguínea.

Quais as principais doenças da Tiróide?
Estas doenças são mais frequentes nas mulheres que nos homens, sendo as mais comuns:
• Bócio – quando se verifica um aumento global da glândula;
• Nódulos – únicos ou múltiplos;
• Hipertiroidismo – em que existe um excesso de hormonas tiroideias;
• Hipotiroidismo – em que se verifica um deficit de hormonas tiroideias;
• Doenças autoimunes – que exemplos o caso da Doença de Graves e a
• Tiroidite de Hashimoto, as quais devem-se à produção de anticorpos pelo próprio organismo que podem estimular ou destruir a glândula;
• Bócio / Nódulos da Tiróide

Como aparecem os nódulos?
Na maioria das situações não se consegue encontrar razão para o seu aparecimento, outras vezes deve-se a:
• Causas genéticas (hereditariedade);
• Radioterapia da cabeça e pescoço;
• Alguns medicamentos;
• Deficiência de iodo;
• Benignos – nódulos coloides, quistos, adenomas …
• Malignos – a maioria dos cancros da tiróide não têm a gravidade dos
outros cancros, por isso são designados de “pouco agressivos”. Tratam- se através da cirurgia e por vezes com iodo radioactivo, exigindo vigilância para o resto da vida.
• Nódulo único
• Nódulos múltiplos ou Bócio Multinodular
Se volumosos podem determinar desconforto/compressão a nível do pescoço, podendo justificar tratamento cirúrgico.

Que exames são necessários para avaliar os nódulos da Tiróide?
• Análises ao sangue para avaliar os níveis da hormonas (T3,T4,TSH);
• Ecografia da tiróide – identifica, mas não nos indica se é um nódulo
benigno ou maligno;
• Citologia com agulha fina;
• Cintigrafia da tiróide (só em algumas situações particulares).Hipertiroidismo

O que significa?
Excesso de hormonas tiroideias (T3 e T4) em circulação, o que vai provocar um “aceleramento” do metabolismo do nosso organismo.

Quais as principais causas de hipertiroidismo?
• por doença auto-imune – Doença de Graves, geralmente na mulher, podendo ter carácter hereditário;
• Nódulo Tóxico – nódulo que produz em excesso hormonas tiroideia;
• Bócio Multinodular Tóxico – vários nódulos que podem produzir esse excesso hormonal, geralmente surge em pessoas mais idosas, com patologia da tiróide arrastada;
• Tiroidite Subaguda – após infecção vírica da tiróide, geralmente é autolimitado;
• Excesso de Hormona Tiroideia em doentes a efectuar dose excessiva desse tipo de tratamento;
• Ingestão excessiva de Iodo – a nível alimentar (sal iodado, peixe, marisco e vegetais) e o existente em alguns medicamentos e produtos, por exemplo: amiodarona, solução de lugol, contrastes para realização de exames radiológicos).

Quais são os sintomas e sinais?
• Geralmente existe um aumento das dimensões da glândula (Bócio);
• Perda de peso apesar do aumento do apetite;
• Palpitações (aumento da frequência cardíaca);
• Irritabilidade, nervosismo, ansiedade, insónias;
• Tremor das mãos;
• Intolerância ao calor e hipersudação;
• Queda de cabelo e alteração das unhas;
• Diarreia; irregularidades menstruais e diminuição ou ausência de fluxo menstrual;
• Fraqueza muscular;
• Olhar fixo, vivo e/ou olhos proeminentes.

 

Hipotiroidismo
O que é?
Ocorre quando os níveis hormonais produzidos pela Tiróide são insuficientes, indo comprometer o normal funcionamento do organismo.

Quais as causas mais frequentes?
Doença autoimune provocada pela produção de anticorpos que vão
destruir a própria glândula;
Falta ou excesso de iodo o qual é fornecido pelos alimentos (sal iodado, peixe, marisco e vegetais) e que quando escasso ou em excesso pode determinar esta situação;
Cirurgia prévia com remoção parcial ou total da glândula; medicamentos – por exemplo a amiodarona, o lítio e o interferão;
Radiações em doentes submetidos a radioterapia para doenças da tiróide ou outras da cabeça ou pescoço.

Quais os sinais e sintomas?
Ligeiro aumento de peso (por retenção de líquidos);
Fadiga / cansaço fácil;
Aumento da sensibilidade ao frio;
Obstipação;
Pele seca, queda de cabelo, cabelo quebradiço;
Obstipação;
Irregularidades menstruais;
Depressão;
Mialgias e parestesias.
Como se trata?
O tratamento consiste na administração de hormona da tiróide, geralmente por via oral na forma de comprimido. É necessário uma vigilância regular dos níveis destas hormonas para ajuste da dose deste medicamento. doenças da Tiróide.

 

40% DOS ADULTOS TEM NÓDULOS NA TIRÓIDE

 

A maioria destes nódulos são benignos, mas outros podem tornar-se carcinomas
Os problemas relacionados com a tiróide afetam mais de um milhão de portugueses. A incidência destas doenças é quatro vezes maior nas mulheres do que nos homens.

A maioria destes nódulos são benignos, mas alguns, pelo seu volume ou pelas suas características ecográficas, merecem atenção médica e obrigam frequentemente a estudo com citologia aspirativa de agulha fina ecoguiada, refere a especialista. Esse exame permite detetar ou excluir a existência de um carcinoma da tiróide.
O hipotiroidismo pode causar cansaço, depressão, bradicardia, aumento de peso, pele seca e quebradiça, edemas, frio e obstipação. O hipertiroidismo pode causar insónia, calor, tremores, perda de peso, osteoporose e arritmias que podem ser malignas. Ambas as patologias podem causar alterações da libido, irregularidades menstruais, disfunção sexual, infertilidade e também alterações a nível do cabelo. Na criança, estas patologias podem afetar o comportamento, o rendimento escolar e o crescimento.

Uma tiroide com nódulos designa-se tecnicamente bócio nodular.
Os nódulos da tiroide são mais frequentes no sexo feminino e a sua prevalência aumenta com a idade. Com recurso a ecografia é possível identificar nódulos na tiroide em mais de 50% das mulheres acima dos 50 anos.